quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Noturno estampido

na noite qualquer
um homem cansado
caminha na rua

a nuvem tão branca
desliza no céu
e eclipsa a lua

a lua tão alta
a nuvem no fundo
da poça de lama

na noite qualquer
um tiro, escarcéu
estúpido estampido

sirenes uivando
pipocam mil flashes
um homem caído

a nuvem tão clara
no céu passeia
e desnuda a lua

a lua tão cheia
a nuvem no fundo
da poça de sangue.

akira – 05/01/2010.

6 comentários:

  1. Carlos Alberto - zelador do Brooklin5 de janeiro de 2011 às 22:54

    Amigo Akira...que bom vicio este de escrever...e para nos que otimo vicio este de pode te ler...E eu que achei que era imune a vicios!!!! parabens

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  2. Belo poema!
    Estou aprendendo a gostar de ler seus poemas.
    Um abraço.

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  3. Fui dormir depois de ler esse poema e sonhei com o tiro vindo de não sei onde, o corpo caindo na lama, a lua vermelha.

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  4. Menos, Carlos Alberto, sei que é muito menos.

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  5. Martha, aprender a gostar é um verso e são dois verbos. Um abraço para voce também.

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  6. Chorik, ouvi quatro estampidos no meio da madrugada, sirenes e cantadas nervosas de pneus, e fiquei quietinho dentro de casa.
    Na manhã seguinte, quando saía para o serviço, vi o corpo coberto por um plástico preto, o sangue no chão e imaginei a lua horrorizada na noite anterior.

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