sábado, 23 de agosto de 2014

miyuki 23


eu estava te esperando
na estação nova de são miguel
ontem à noite

fazia frio e chuviscava
o povo passava apressado

tomei três domecques
nenhum deles fez efeito
nem mesmo os três juntos
me deram qualquer barato

fui ficando ali de boa
mas do nada de repente
que nem folha caída
das árvores da praça do forró
uma pergunta veio no vento:
- o que seria de mim
se eu não tivesse você?

então de repente do nada
na frente da estação de trem
e da igreja velha dos índios
comecei a chorar

akira – 21/08/2014.

clóvis (9)


uma palavra extrema
que não diz o nome
se alastra nos lábios
encolhe-se o silencio
na face fissurada
da lua menstruada
um cachorro louco
um copo de conhaque
um bujão de gás
uma noite enorme

akira – 18/08/2014.

blablablá de agosto 2014






não perdoarei quem não vier.

sábado, 16 de agosto de 2014

dedo mole 25




já fazia uma cara
que eu não colava
na rainha do oliveiras
padaria que vira e mexe
muda de cara
mas segue sendo
a minha velha cara

passei lá agora de manhã
com cara de poucos amigos
fazendo caras e bocas pro frio
pra comprar uns pãezinhos
encomendados por sueli kimura 
e qual não foi minha surpresa
quando dei de cara
com uma placa enorme:
- sob nova direção

a cara da padaria ainda é a mesma
a não ser pelo gerente
que agora é o queima-rosca
cujo apelido foi conquistado
quando ele ainda era adolescente
num curso de confeiteiro no senai
e os caras aproveitaram
pra sacanear o coitado

a cara da padaria ainda é a mesma
a não ser por duas fotos em destaque
da cara de dedo mole
candidato a deputado estadual
cujo slogan é assim:
- esse cara é firmeza total!

akira – 16/08/2014.

aconteceu no sarau da casa amarela especial (25)


o meu compadre manogon, grande poeta, dramaturgo
e diretor de teatro e grande artista plástico e gráfico, o
cara que conceitua e cria as artes visuais da casa
amarela, também estava na área no 25º sarau da casa
amarela e mandou uns poemas espertos que foram
capturados pela lente de big charlie. 


aconteceu no sarau da casa amarela especial (24)


um tsunami de amor, paixão e gemidos, de nome
arnaldo afonsopassou pela casa amarela no dia
20/07/2014, no super sarau com adriane garcia e 
bianca velloso. orgasmos de todas as espécies
vazaram loucos e incontidos pelo ladrão e quase
não couberam na tela esperta da maquineta rúbia
de big charlie.


aconteceu no 26º sarau da casa amarela (6)


"Aí veio o poeta, jornalista, embaixador e (descobrimos
ontem), preparador de cafés , João Caetano do Nascimento
nos apresentar a poesia que é uma pintura da marília kubota.
De sorriso mais fácil e ainda mais tímida que Plínio, Marília,
trouxe a reboque seu livro de poesias "Esperando as
Bárbaras". respondendo tudo de maneira curta e certeira,
esquivava-se o quanto podia das perguntas que fazíamos. E
nós ali, mordazes, sádicos, curiosos, emendávamos uma
pergunta à outra, para que ela continuasse a responder e
declamar, o que fez, em ambas as situações, com absoluta
destreza. E nós, auspiciados, fruindo a beleza da hora. Para
usar um clichê baratinho, padrão lojinha de 1,99, o palco
ficou pequeno pra tanta poesia de qualidade."


escobar franelas (trecho de resenha sobre o 26º sarau da
casa amarela).

fotos de escobar franelas e sueli kimura.

aconteceu no 26º sarau da casa amarela (5)


"A tarde avançava devagar sobre o céu de São Miguel. A
bucólica rua da Casa Amarela só nos ofertava um tranquilo
desassossego quando o bulício das crianças, brincando do
lado de fora - outra situação improvável na maioria das ruas
paulistanas - surpreendia nossa atenção por algum grito
mais exaltado. Noves fora, o domingo estava uma "diliça".
E aí vem o MC (mestre de cerimônias) Akira e bota no
tablado diminuto da CA o tímido Plínio Camillo, primeiro
convidado especial do sarau. Lançando seu novo livro, a
prosa contundente de "Coração Peludo", Plínio, solícito e de
sorriso fácil, ainda assim não se fez de rogado. Defendeu
suas obras, contou histórias, leu dois hilários textos curtos
(num deles, um textículo do sarcástico "O Namorado do
Papai Ronca", onde pediu o apoio da poeta Janete Braga
nos diálogos). Saiu ovacionado."


escobar franelas (trecho de resenha sobre o 26º sarau da
casa amarela).

- foto by lígia regina

dedo mole 24



 
quando foi
que perdi o sonho
e ganhei uma pedra
no lugar do coração?

onde caíram
as asas dos meus ombros
trocadas por raízes
nas solas dos meus pés
que entraram no asfalto
das minhas perdas?

como perdi deus?
em que água
em que terra
em que flor
em que bala perdida
até o inferno perdi?

akira – 11/08/2014.

aconteceu no 26º sarau da casa amarela (3)


fiquei feliz demais e muito comovido por receber o meu
amigo e grande poeta edvaldo rosa no sarau da casa
amarela de ontem. o edvaldo trabalha comigo no metrô,
ele trabalha na estação são judas e o conheci quando
comecei um projeto chamado cesta de artes na sexta,
que tem por objetivo valorizar e proporcionar espaço
de apresentação e expressão para os metroviários que
realizam atividades de criação artística, em quaisquer
linguagens da arte, fora do ambiente de trabalho.
juntos realizamos vários saraus do "cesta na sexta" e
mapeamos uma comunidade de poetas e músicos que
descobrimos existir entre os empregados do metrô e
que tiveram neste projeto um palco para exibir os seus
trabalhos. o edvaldo é um poeta visceral que fala de
amores alucinados e paixões desvairadas e ontem ele
mandou com muita propriedade na casa amarela, com
sua voz grave de "locutor de rádio fm nas madrugadas
tudo é possível", uns poemas legítimos da raça molha
calcinha / mela cueca. obrigado por ter vindo, edvaldo.

aconteceu no 26º sarau da casa amarela (2)


não vou gastar aqui
os meus escassos adjetivos
para construir elogios
para o meu compadre
joão caetano do nascimento
poeta genial e comovente
como todos sabem


o que eu ainda não sabia
sobre ele a despeito dos nossos
trinta e cinco anos de amizade
é que ele faz um cafezinho insuperável
como ficou comprovado ontem
na casa amarela

tão delicioso que ele foi obrigado
depois de insistentes pedidos
e até de algumas ameaças implícitas
a preparar outro bule

numa coisa concordamos todos
o cafezinho do joão caetano
só perde mesmo
para a sua poesia

akira - 11/08/2014.
foto de escobar franelas e sueli kimura.

aconteceu no 26º sarau da casa amarela (1)


só tenho que agradecer de joelhos e parabenizar os
40 ou 45 heróis que se deslocaram do conforto de
suas casas no dia dos pais, para construir mais um
sarau da casa amarela que ontem recebeu três
convidados muito especiais, os poetas e escritores
da raça dos baitas marília kubota, plínio camillo e 

edvaldo rosa. eu estava me sentindo o pior entre os
piores e me culpando até o talo por ter agendado o
evento para ontem, meu deus, onde eu estava com
a cabeça que não vi que era dia dos pais quando
marquei o sarau?, quando ainda há pouco deparei
com este poema comovente sobre a casa amarela
da minha comadre, parceira, comparsa, amiga e
grande poeta rosinha moraes que reergueu até as
alturas o meu moral e me fez ver que valeu a pena.
rosinha que há poucos meses atrás, num sarau da
casa amarela me disse assim: compadre acabei de
escrever um poema agora e vou subir nesse palco
pra falar, e vai ser a minha primeira vez, mas antes
me dê um gole dessa cachaça pra criar coragem.
me dê a sua benção, rosinha, obrigado, comadre.


Casa Amarela

Em cada palmo do teu chão
Cabem mil poesias.
Cabem entre tuas paredes,
Realidades e fantasias
Alguns te chamam de casa
Mal sabem que és alma.
Em teu palco
O amor é cantado,
A mágoa e a dor
São coadjuvantes,
Lembranças descritas
Em poemas e canções.
Quem respira teu ar
Leva no coração,
A semente da felicidade.
Tens em teu alicerce,
A força da amizade.
Nas tuas paredes
Se espalham
O humor e a alegria.
Exalas o perfume
De imensos talentos,
Quem pisa
Em teu sagrado solo
Te leva pra sempre
Dentro do pensamento.

Rosinha Morais.
foto de lígia regina.

ganhei de escobar franelas


"Poema displicente de aniversário"

E disse deus:
- haja luz
e ouve o akira.

Escobar Franelas.

ganhei de josé vicente de lima



Conhecí o Akira em 1979, quando o Movimento Popular de 
Arte ainda tentava ganhar corpo e ser reconhecido como uma 
manifestação cultural legítima. Eu tinha 24 anos de idade, já 
me achava maduro para expor minhas convicções, e encontrei 
certa barreira por causa dos meus gostos e do meu pensamento 
em relação à arte e a cultura naquele momento. Era um tempo 
difícil para qualquer um que quisesse se manifestar 
culturalmente e eu senti na época uma energia diferente que 
vinha daquele grupo de pessoas que ignoravam o perigo que 
corriam e falavam em frente ao microfone palavras de ordem e 
protesto em plena praça pública, cantavam e escreviam sua 
indignação contra o que se estabelecia no país naquele 
momento da história. Eram músicos, atores, poetas, artistas 
plásticos e outros, juntos tentando levar a arte para o povo e 
através dessa arte, a consciência dos seus direitos, a 
informação do que estava acontecendo no país e a importância 
que cada cidadão tinha na luta para que se revertesse aquele 
quadro de censura e repressão pelo qual passávamos. No meio 
desse grupo estava o Akira com seus 27 anos de idade, e que 
assim como eu, já pensava estar maduro e convicto de suas 
posições em relação ao mundo. Naquele momento me perguntei 
o que fazia ali, um cara de origem oriental, que normalmente 
estaria estudando ou ajudando os pais em algum comércio. Por 
que razão ele escrevia poemas tão viscerais e intrigantes. Ao 
mesmo tempo, veio aquela admiração normal que alguém sente 
quando vê outro expressando sentimentos que você tem, mas 
que não tem coragem de externar. O Akira escrevia o poema e 
 lia. E nos palcos, declamava. Eu escrevia e guardava. 
Estivemos lado a lado em várias ocasiões mas nunca tivemos 
um relacionamento estreito. Mas foram muitos anos de 
admiração e respeito por um daqueles que sempre seguiam à 
frente sem saber se ia se dar bem ou levar porrada. Akira já era 
um líder. Mas acho que nunca teve consciência disso. Hoje, 
passados trinta e tantos anos, qualquer um que tenha vivido os 
anos de MPA chega a essa conclusão sem dificuldades. Mas foi 
preciso que o tempo passasse, que ficassem para trás aqueles 
momentos inesquecíveis de luta e determinação para começar a 
aparecer o lado mais pessoal, particular desse batalhador que 
tinha sonhos, objetivos e a poesia como companheira. Foi 
preciso encarar dificuldades extremas para aparecer aos olhos 
daqueles que andavam ao seu lado o seu interior de homem 
determinado, lutador, falível, mas predestinado. Ele não podia 
ser um cara comum. Tentou ser. Revoltou-se, retirou-se, 
penalizou a si mesmo, mas não conseguiu. Voltou para o seu 
lugar e está aí até hoje. Seu destino é ser o principal elo de uma 
corrente que não pode quebrar. Essa corrente chama-se cultura 
da zona leste de São Paulo. E essa corrente não se quebrará 
enquanto esse japonês da cara redonda estiver por aí. Agora ele 
vem falar de velhice. questionar sua poesia e sua condição de 
figura de referência para todos nós que amamos a arte, que o 
temos como inspiração e que nos alimentamos da sua amizade 
generosa e despojada. Akira não morre mais. tem filhos, árvore 
e livro. Já espalhou pelo mundo afora um punhado de letras 
juntas que nos colocam dia após dia em contato direto com a 
realidade da vida. Hoje, apesar de separados pela distância física, 
estamos muito mais próximos de que nos tempos de MPA, 
porém, em compensação, estamos sim maduros e convictos de 
nossas posições e sabemos muito bem o valor de uma amizade 
sincera que o tempo não conseguiu apagar. E estamos juntos 
todos os dias, ora trocando idéias, ora trocando poesias. (Velho 
é o universo, Akira!) Parabéns por mais um ano de vida!

Zé Vicente.
 

ganhei de sacha


Akira Yamasaki, parabéns!

Foi na praça do Forró
Onde te conheci
Era a nossa juventude
Eramos como bentivís
Hoje apreciamos eles
Bradando alto ali.


Felicidades camarada!!!


quarta-feira, 13 de agosto de 2014

outro presente de francisco xavier


jardim de hideko

acordei com imenso vazio
abri a porta e vi


flores orvalhadas
no teu jardim


transbordei, você
não nos esqueceu


aquelas flores eram
teus olhos, tua voz e


todo aquele orvalho
Hideko, eramos nós


francisco xavier

ganhei de presente de beatriz lourenço


a devassidão
me ensinou
que homem bom
é aquele que trata
as putas
com todo respeito


ao mestre akira yamasaki os parabéns da baby Lou
com cheiro e tudo

ganhei de presente de marilandia gurgel




Akira.
Alguém que confessa
amar aos poetas mais que a Deus.
Que abraça e dá cachaça
aos amigos seus.
Que elogia, agrada, acarinha,
que compartilha.
Que chora,que ama,
que transborda.
Encontramos sim, aqui,
Sinceridade.
Um homem de verdade.
Brindemos, com vinho, a toda essa humanidade!


Akira, um homem que assume
ser esposo de uma só mulher.
E assim a torna especial, única,
cativada e a mais amada.
Que divide sua cerveja.
Que poetiza sua peleja.
Que se encanta com as Artes.
Será que é japonês, nissei, sansei, não sei.
Só sei que tivemos a sorte , de aqui,
no Paulista São Miguel e Itaim
Ter A Casa Amarela - Espaço Cultural
Ter essa flor de Lotus, esse campeão
que agrega, que une, que dá valor
a artística manifestação.
Seremos eternamente gratos.
Akira poeta,
sua benção, irmão.


Parabéns e muitos lindos e artisticos anos de vida !

ganhei de presente de francisco xavier




Akira Yamasaki
sente-se

ouve-se nos cantos
do bentivi e
no jardim de Hideko


tem palavras roucas
mãos e pés calejados

poemas com articulações
desgastadas
pela busca permanente de um mundo
que acuda aos mais pobres e aos artistas

é um poeta que nega-se ao discurso político mas,
nas suas entrelinhas, lê-se o desgosto
com os que usam o poder
para ostentar
construir impérios para si

estádios, hospitais sucateados
filas intermináveis e esmola
jogos de cintura, fome, crack, dor
ebola
.
.
xavier

Parabéns amigo Akira Yamasaki!!!
Considero-me um privilegiado
ao saber que conto com tua amizade.

ganhei de presente de joão caetano


Akira expõe aos sessenta e tantos
Essas duras marcas do tempo
Em poemas que servem de unguento
Para a dor que nos arrebenta
É a dor que o tempo sempre traz
A quem tanta vida contempla.


Happy birthday, my brother

eu não me queria mais


eu não me queria mais
quando você me salvou
do útero morno da dor

porque esse medo agora
se eu não me queria mais
quando você me quis?


akira – 06/08/2014.

eu no segunda autoral especial (2)


não dá pra descrever a absoluta emoção de compartilhar
um palco com um filho. obrigado, selma, pelo registro e
muito obrigado, clarice, por me ajudar nesta travessia.
foi no segunda autoral especial de 04/08, onde testei pela
primeira vez um outro filho, o dedo mole.

eu no segunda autoral especial (1)


convocado pelo meu compadre vlado lima, poeta genial,
compositor da raça dos baitas e ativista cultural a quem
sampa deve no mínimo uma estátua em praça pública por
serviços prestados ao desenvolvimento da nossa arte e
cultura, fui ontem - 04/08, numa plena 2ª feira de pretos,
brancos, amarelos e outros quetais, para viver uma das
maiores alegrias da minha vida ao participar do segunda
autoral especial que é parte das festividades do décimo
segundo aniversário do projeto noites autorais do julinho
clube. pisar pela segunda vez no palco lendário e sagrado
do noites autorais me deixou muito emocionado e fui às
lágrimas. rever e celebrar novamente a poesia e a alegria
de abraçar amigos me deixou muito emocionado. e de
quebra mandar uns dedos moles pela primeira vez na
vida, devidamente escoltado por minha filha clarice, me
me deixou mais emocionado ainda, tanto, que quase não
consigo chegar até o fim da leitura. ver agora as imagens
capturadas pela minha comadre selma sarraf bizon me
deixou mais emocionado ainda.


último domingo (10)


tava feio mas ia piorar
já tava quatro a zero pra eles
e a tendência era dobrar
a gente tava tomando
um vareio fora o show
e nem via a cor da bola
resumindo: a gente tava apanhando mais
que sovaco de aleijado quando a muleta
é nova e a feira fica a dez quilômetros


então de repente porque
sempre tem um de repente
pra mudar o rumo da história
já que tava fácil mesmo
eles resolveram humilhar
e abriram a mala de firulas
lençóis, rolinhos, carretilhas
elásticos, dribles da vaca
canetas de espécies variadas
resumindo: quando um deles parou pra pedalar
na minha frente não tive dúvida e fui direto com
o pé erguido lá em cima na santinha pendurada
no seu pescoço, o tempo fechou e o jogo já era

empurra-empurra geral
juramentos de sangue e morte
e lembranças às mães de alguns
ainda bem que tudo terminou
em cerveja na mesa da paz
do deixa disso e das vanglórias

akira – 04/08/2014.

marília kubota confirmada no 26º sarau da casa amarela


comadres e compadres, marília kubota também
está confirmada no sarau da casa amarela de agosto

"Prezado Akira: Há coisas que nos conquistam à primeira
vista. Isso aconteceu comigo várias vezes nos meus já
bons anos de vida. Os poemas de Marília Kubota me
conquistaram logo na primeira leitura. Li, pela internet, o
“Esperando as Bárbaras”, um poema forte, ácido, que
critica nosso tempo e a condição da mulher nesse tempo
e o comportamento de algumas mulheres. O poema
remete também ao gigantesco poeta grego Konstantínos
Kaváfis. Fiquei impressionado. Fiz contato com a poeta
e, dias depois, tinha em mãos o livro de poemas
“Esperando as Bárbaras. A minha impressão inicial se
confirmou com a leitura e releitura dos 55 poemas que
compõem o livro. Marília Kubota nasceu no Paraná. É
jornalista e escritora. É editora do MEMAI, jornal e “site”
sobre Arte e Cultura japonesa e é também mestre em
estudos literários pela Universidade Federal do Paraná
(UFPR). Participou de várias publicações de poesias e
organizou a antologia “Retratos Japoneses no Brasil –
Literatura Mestiça” que recebeu o prêmio Nikkei de
Literatura em 2011. Acho que será também muito
enriquecedora a presença de Marília Kubota na Casa
Amarela, no dia 10 de agosto. Vou separar alguns
poemas do livro e postá-los nesta semana, que antecede
a data. Veja se dá pra aproveitar algo disso. Depois vou
separar uns poemas e mando pra vc postar. 


Abraaaaaço: João Caetano do Nascimento."

data: 10/08/2014
horário: a partir das 15h
local: casa amarela
endereço: rua julião pereira machado, 07
são miguel paulista – são paulo
(em frente ao colégio hugo takahashi, próximo à sabesp)

convidados especiais

. marco antonio fernandes araújo: poeta, compositor e cantor
. edvaldo rosa: poeta

lançamentos de livros

. plínio camillo: coração peludo
. marília kubota: esperando as bárbaras

exposição: escultura em madeira com euflávio góis

microfone aberto
celebração da poesia e da amizade
quem chegar será benchegado
quem vier será bentivindo

edsinho - versão original


perdemos o passado
e a solidão é tão veloz
que vai chegar antes


akira - 02/08/2014.
(vídeo de lígia regina)

edsinho


o pássaro passará ontem
mas o passado se perdeu
no útero da noite

a solidão é tão veloz
que chegará bem antes
da plantação de amanhãs

akira – 03/08/2014.

último domingo (9)


o nome do meu time é o último domingo
porque para nós cada domingo é o último
e o jogo de verdade só começa depois do jogo
sentados na mesa de cervejas e bravatas


é onde viramos o jogo e a mesa
viramos heróis de nós mesmos
e as jogadas feitas instantes atrás
viram defesas e assistências lendárias
gols perdidos debaixo do gol
gols de letra que nem o neymar faria
campeonatos decididos no saldo de gols

o nome do meu time
é dois dicofenacos um dia antes
dois doméques e um pai nosso
dois dorflex na segunda-feira
e domingo que vem tem mais

akira – 01/08/2014.

eu no jornal nippak do jorge nagao


caráio, o super japa jorge nagao pegou super pesado
comigo e com a casa amarela. pegou tão pesado que
fiquei de novo que nem cachorro caído da mudança e
correndo atrás das palavras para agradecer tanto
carinho e afeto. o jorge é mais um amigo comovente
que veio trazido pelo rio de poesia que ainda continua
passando pela minha vida e meu coração vai deixando
se levar. obrigado, jorge, um fortíssimo abraço, meu
compadre.



JORGE NAGAO: Akira do Sarau


Em 20 de julho, o Sarau da Casa Amarela, em São Miguel Paulista, zona leste paulistana, recebeu grandes poetas de vários cantos do país. Adriane Garcia veio de BH-MG, Marcelo Leandro Ribeiro de Sorocaba-SP, Bianca Velloso de Floripa-SC e Carvalho Junior Poesia lá de Caxias-MA entre tantos e tantos outros e outras.
Quem comandou este espetáculo lítero-musical foi, como sempre, Akira Yamasaki, poeta e ativista cultural, a cara da cultura de São Miguel segundo o seu amigo Silvio Kono. Autor do belíssimo livro Bentevi, Itaim, que traz também um caprichado cd com a poesia akiriana musicada por Edvaldo Santana, sim, ele mesmo, Raberuan, Mizinho de Carvalho, Osnofa, Sacha Arcanjo e Silvio Araujo que interpreta as canções.

veja aqui!





rebentos da casa amarela


ó eu no segunda autoral especial



sobre o cd do sarau da casa amarela - mutirão cultural


texto de apresentação e agradecimento que escrevi
para o cd do sarau da casa amarela mutirão cultural
- vol 1, que foi lançado no dia 18/07/2014, na casa
de farinha:


"cd sarau da casa amarela, um mutirão cultural
desde março de 2011 a casa amarela vem promovendo ações
e atividades culturais no peito e na raça, apenas com ajuda
voluntária de amigos e colaboradores que se identificam com
as propostas e práticas desenvolvidas neste espaço cultural.
amigos e parceiros que muitas vezes até colocam dinheiro do
próprio bolso para que as ações possam acontecer e, sem os
quais, a casa não teria construído a sua história até hoje.
amigos muitos e aos quais não vou dar nome aos bois para
não cometer a injustiça e a indelicadeza de esquecer alguns.
isso posto e para honrar algumas despesas do tipo com água,
luz, manutenção, consertos e reformas da casa, é que gravamos
– brilhante idéia do cantor, compositor e dono do estúdio
“vazant’s produções”, o lucas kabral-, em regime de mutirão
cultural, o cd “sarau da casa amarela – mutirão cultural”,
composto de canções e poemas captados ao vivo no sarau do
dia 09/02/2014. a todos os artistas que participaram deste cd e
abriram mão de qualquer pagamento por suas participações,
assim como dos direitos autorais referentes, deixo aqui, em
nome de a casa amarela espaço cultural, a minha mais
emocionada gratidão.

akira – 15/06/2014."

miyuki 22


te amo muito mais
do que esse vira-latas
de olhos tristes
e apenas três patas
que ama e lambe
o caldo que respinga
no chão da máquina
de assar frango
na porta da padaria
rainha do oliveiras
domingo de manhã


akira - 28/07/2014. 

boa companhia


um dia a poesia
me pegou pelas mãos
e disse assim:

- vai, akira
ser um bom poeta ruim
nesse mundo de meu deus

vai e tenha muitos amigos
para que possa sempre andar
em boa companhia por aí

akira - 28/07/2014.
(fotos de xavier)