quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

dedo mole (27)


olha o que ficou
nas minhas mãos agora
que todos se foram

apenas a espuma de sal
que vazou severa e surda
no meu suor hipertenso


apenas o oco do vazio
que o menino deus perdeu
e nunca veio procurar

apenas a noite enorme
e este silêncio cheirando
a uísque paraguaio

akira – 26/12/2014.


quando nasci já estava escrito
em alguma estrela, algum mar
meu destino de te acompanhar
e de ser vida afora, noite e dia
e dia e noite com lealdade fiel
seu companheiro e companhia

senda, de ronaldo ferro, francisco xavier e akira yamasaki



o barato desta canção é o seguinte: eu estava uma noite
num ensaio dos cabras de baquirivú para preparar as
músicas do cd "oliveiras blues", que irá encartado no meu
livro/cd de mesmo nome e como eu estava pensando em
uma canção para abrir o cd pedi para fracisco xavier e
o ronaldo ferro que musicassem "senda", um poema que
fez parte do meu livro anterior, o "bentevi itaim". de cara
vi que não ia dar liga porque o ronaldo torceu o nariz e
resolvi deixar a ideia de lado mas o xaxá disse que estava
com um desenho na cabeça e mostraria quando estivesse
pronto. ao chegar para o ensaio do dia seguinte a canção
já estava bem adiantada e tinha virado um rock tipo anos
80 e ao invés de uma música de abertura a verdade é que
ganhei uma música fechamento do "oliveiras blues".

senda

autoria: francisco xavier, ronaldo ferro e akira yamasaki
guitarra e voz: ronaldo ferro
violão: jose carlos guerreiro
baixo: francisco xavier
teclado: joaquim lima
percussão: francisaco américo
filmadora: selma sarraf bizon

ainda que eu só tenha
olhos cegos pela venda
e só possa seguir você
não sigo por sua senda

ainda que eu só tenha
para o amor e contendas
mãos nuas e desarmadas
de ouro, poder e rendas

ainda que a fome torture
e a sua mão me estenda
e me ofereça a sua sopa
não durmo em sua tenda

e tô cagando muito pra
placa de compra e venda
cagando sim, quer saber?
pros heróis da sua lenda


ganhei de presente do meu compadre wander porto


___ ABOIO ___
(Um Poema para Akira)

I-

Dentro do novo,
De pipas e gudes,
Ingênuo,
Vai o guri audaz
Que o susto
Feroz
Insiste em parar:

-Nos sonhos
Uma mochila de labaredas;

II-

Dentro dos olhos
De meios e metas,
Valente,
Vai o corpo rapaz
Que o medo
Algoz
Insiste em roubar:
-Nos ombros
Uma mochila de audácias;

III-

Dentro do tempo
De perdas e ganhos,
Absorto,
Vai o homem capaz
Que a vida
Mordaz
Insiste em travar:
-No coração
Uma mochila de espantos;

IV-

Dentro da verve
De verbos e vozes
Crédulo,
Vai o poeta loquaz
Que o mundo
Falaz
Insiste em calar:
-Nos versos
Uma mochila de revoltas;

IV-

Invisível
Tal sutura de ar
Trespassando a vida
Viaja a quimera
Que o cotidiano
Atroz
Insiste em brecar:
-Nos olhos de cada um
Uma mochila de lágrimas;

V-

-Eis que um poeta akira
Escreve um verso de asas!-

VI-

E fazemos das léguas
Atalhos de nós,
E fazemos das mágoas
Oceanos de voz
E cantamos unidos
Um canto infinito
Que só o Finito nos traz.

Wander Porto

Uma Tela Alada de .Gica Natali (in memoriam)

carvalho



o compadre carvalho júnior
viajou dois dias clandestino
vindo do maranhão a sampa
no buzão do incerto destino

veio com a cara e a coragem
o baita poeta ainda menino
e trouxe dentro do coração
junto com seu riso franzino

o sol emocionante da poesia
que repartiu de mão em mão
com generosidade e alegria
como se multiplicasse o pão

com os poetas de são miguel
da casa de farinha e amarela
onde imperam lígia regina
sacha, inês, escobar franelas

enide santos, luka magalhães
doce e meiga rosinha morais
xavier, ceciro e joão caetano
janete amaral e gilberto braz

ainda de lambuja mil beijos
de célia maria o poeta levou
também de tereza e verônica
e com os cabras baquirivuou

ao josé pessoa e mário neves
ao éder, sueli e clarice também
ao big charlie, selma e arnaldo
abraçou imenso como convém

o poeta carvalho júnior então
viajou dois dias clandestino
indo de sampa ao maranhão
no buzão do incerto destino

mas a passagem desta vez
ele teve que pagar dobrado
devido ao excesso de afeto
em sua mochila adicionado

akira – 09/12/2014.







domingo, 7 de dezembro de 2014

dona poesia


cheia de não me toques
dona poesia
anda arisca comigo

ela nunca está
não atende o telefone
não responde meus emails


a paixão esfriou
o amor já era
ela se foi com outro

não deixou nem o conforto
de uma palavra de adeus
ela se foi de vez

morador de rua
meu coração dorme
no deus dará do relento

akira - 07/12/2014.

aconteceu no evento "cabras de baquirivú na casa de farinha pela casa amarela (2)


grande show de estréia dos cabras de baquirivú na
casa de farinha, ontem - 05/12. imensa celebração
da alegria, da paz, da poesia e da amizade que os
cabras e a casa de farinha promoveram para dar
uma baita força para a casa amarela. a cada dia
que passa estou mais apaixonado e tenho o maior
orgulho destes cabras que começaram tudo como
uma brincadeira, tudo ainda é só uma brincadeira
mas só que agora o céu é o limite.


(fotos de luka magalhães)




aconteceu no evento "cabras de baquirivú" na casa de farinha pela casa amarela (1)


dois caras emocionantes

não posso deixar passar batido duas situações emocionantes
que aconteceram ontem à noite durante a ação cultural entre
amigos, com realização do maravilhoso show de estréia, por
si só emocionante, dos cabras de baquirivú, para levantar
recursos para uma pequena reforma na casa amarela, para
oferecer melhores condições de conforto e segurança para os
usuários deste espaço cultural:

1. meu compadre carvalho júbior, poeta menino da raça dos
baitas, que lançou ontem na casa de farinha o seu belíssimo e
caprichado livro de poemas, o "dança dos dísticos", editado
pela patuá, me disse que viajou do maranhão para sampa em
um ônibus destes do tipo clandestino, durante mais de dois
dias para cumprir este compromisso literário. fiquei comovido
e disfarcei algumas lágrimas quando ele me disse que mais
que lançar o seu livro aqui ele queria estar com os escritores,
poetas e músicos que constroem o conceito cultural casa de
farinha / casa amarela. e mais, ele me disse que viria até a pé
ou de bicicleta se preciso fosse para respirar o ambiente
cultural único da casa de farinha. carvalho jr, meu compadre,
você é um cara emocionante.

2. todos sabem, não vou chover no molhado, além de imenso
poeta da estirpe dos baitas, o eduardo lacerda, editor da
patuá é a personagem mais essencial na atual cena literária
brasileira por - independente da qualidade gráfica impecável
das suas edições -, dar vez, voz e rosto a uma porrada de
jovens e ótimos poetas e escritores que de outra forma nunca
seriam publicados e distribuídos. o que todos não sabem - e
aí não teve jeito, não tive como disfarçar as lágrimas quando
soube -, é que ontem para eduardo vir lançar o "dança dos
dísticos" na casa de farinha, ele enfiou os livros do carvalho jr
num mochilão, saiu de sapopemba às seis da tarde, tomou
dois ou três ônibus no horário infernal do pico com o mochilão
nas costas para chegar em são miguel por volta de 21h para
cumprir sua indaga. eduardo lacerda, meu compadre, pela
qualidade notável e impecável de suas edições, pela forma
como você luta com unhas e dentes, e pela dedicação e
sacrifícios que você faz por seus editados, você é um cara
emocionante.

akira - 06/12/2014.

boralá!


aconteceu no 30º sarau da casa amarela (8)


valentina

já deu pra perceber
que valentina é mesmo
polvora seca no rastilho
ela é bala na agulha
e dedo mole no gatilho


no sarau de domingo
lá na casa amarela
ela falou pelos cotovelos
e nunca parou de puxar
meu boné e meus cabelos

já deu pra perceber
logo logo os gaviões
virão ciscar no terreiro
do meu compadre de fé
o poeta ceciro cordeiro


akira - 03/12/2014.
(foto de francisco xavier)

gilberto braz declama zélia guardiano no 30º sarau da casa amarela


encontro de poetas da espécie dos baitas no domingo
passado no sarau da casa amarela que prestou singela
mas emocionante homenagem ao cantor e compositor
antonio marcos: meu compadre gilberto braz fala e diz
um poema da minha comadre zélia guardian, onde
descobre novos ritmos, significados e claridades. como
não podia deixar de ser o intrépido, destemido e guapo 

carlos alberto rodrigues efetuou o devido registro com
sua audaciosa maquineta rúbia.

ceciro cordeiro no 30º sarau da casa amarela (3)


ceciro cordeirofecha com chave de ouro o sarau da
casa amarela em homenagem ao cantor e compositor
antonio marcos cantando para sua filha "canção para
valentina. momento singelo e comovente registrado
pela esperta maquineta rúbia do meu compadre
carlos alberto rodrigues, vulgo big charlie.

cabras de baquirivú na área (3)


aí vai um último tira-gosto musical do cardápio que será
servido na próxima 6ª feira – 05/12, na casa de farinha, a
partir das 20h, no grande show dos “cabras de baquirivú”
para arrecadar uma grana para promover uma reforma na
casa amarela – espaço cultural. este é o último tira-gosto
mesmo - quem quiser mais terá que aparecer no show que
terá canções em primeira mão ao vivo do cd “oliveiras
blues” que os cabras gravarão para o meu livro/cd que
terá o mesmo nome, além de canções dos próprios cabras
e do imenso e essencial poeta e compositor josé carlos
guerreiro. de quebra, ainda faremos o lançamento do
livro de poesia “dança dos dísticos” do grande carvalho
júnior, poeta da raça dos baitas.


data: 05/12/2014 - sexta feira
horário: 20h
local: casa de farinha
endereço: rua santa rosa de lima, 1341
são miguel paulista - são paulo / capital
(altura do nº 1832 da av marechal tito)
ingresso: R$10,00

miyuki

autoria:

francisco xavier
fernando tavares
ronaldo ferro
akira yamasaki

voz e violão: ronaldo ferro
violão: josé carlos guerreiro
baixo: francisco xavier
carron: silvio kono
bongô: lucas kabral
filmadora: clarice yamasaki

te amo muito mais
do que esse vira-latas
de olhos tristes
e apenas três patas
que cheira e lambe
o caldo que respinga
no chão da máquina
de assar frango
na porta da padaria
rainha do oliveiras
te amo muito mais
domingo de manhã

aconteceu no 30º sarau da casa amarela


mário

"cheguei de mudança na curuçá em 1964, onde morei até
1974 mais ou menos, e de onde mudei para o jardim das
oliveiras - itaim paulista, e aqui estou até hoje, quer dizer,
já completei meio século morando no itaim. a despeito
destes meus 50 anos no bairro sou obrigado a confessar
e passar recibo também: somente há um mes conheci o
imenso e emocionante poeta mário neves que deve ser
morador no bairro há muito tempo também. às vezes os
tesouros mais valiosos estão muito próximos de nós mas
não temos olhos de enxergar de perto. ontem o mário
neves esteve na casa casa amarela onde comoveu a
todos com suas palavras e de quebra ainda escreveu
hoje este belíssimo poema a seguir. salve, salve, meu
compadre mário neves!!! 


akira - 01/12/2014."

FOI ONTEM NA CASA AMARELA
UM POEMA DE MARIO NEVES

Ontem no Sarau Casa Amarela,
depois de muitos anos
encontrei-me com Antonio Marcos.

Sim ele esteve lá!
Vivo!
No seu carisma e arte.
Vivo!
Nas sua letras e canções.
Vivo!
Na admiração de todos
Vivo!
Na nossa saudade!

A morte vence o corpo,
mas a alma permanece.
A morte mata o homem
mas não a sua história.

Nas canções de Antonio Marcos
aprendemos de certa forma,
um jeito de falar com Deus!
A desvendar encanto e graça
numa menina de trança!

Que por trás da alegria
de um palhaço,
há sempre um coração
que ama , sonha e sofre!

A ver poesia numa tarde
que chora e soluça de dor!
A seguir sempre com fé
o Homem de Nazaré!

Ontem Antonio Marcos
esteve no bairro onde nasceu,
foi criado e se projetou.

Esteve na Casa Amarela
rodeado de amigos,
Ao lado de poetas e cantores
Que tal qual ele buscam
um lugar ao sol.

Ele esteve lá
e para minha alegria
eu estive lá também!

cabras de baquirivú na área (2)


comadres e compadres: saibam que os cabras de baquirivú
farão uma apresentação na casa de farinha com cobrança de
ingressos a R$10,00/pessoa e renda revertida para realização
de uma pequena reforma casa amarela visando obter melhores
condições de conforto e segurança para seus usuários. peço
a todos que divulguem e compareçam para engrossar mais
esta ação cultural entre amigos. muchas gracias, babys.


data: 05/12/2014 - sexta feira
horário: 20h
local: casa de farinha
endereço: rua santa rosa de lima, 1341
são miguel paulista - são paulo / capital
(altura do nº 1832 da av marechal tito)
ingresso: R$10,00

atenção/especial: lançamento do livro "dança dos dísticos",
editora patuá, do maranhense carvalho junior, um imenso
e essencial poeta da estirpe dos baitas.

realização: casa de farinha e casa amarela

Sobre Carvalho Junior

Carvalho Junior é a assinatura poética do professor/escritor,
de Caxias-MA, Francisco de Assis Carvalho da Silva Junior,
autor do livro Dança dos dísticos (Patuá, 2014). Especialista
em língua portuguesa, 29 anos, do signo linguístico, casado,
pai de duas meninas, pele coberta de sonhos. Tem
publicados os livros de poesia Mulheres de Carvalho (Café &
Lápis, 2011) e A Rua do Sol e da Lua (Scortecci, 2013). É
membro efetivo da Academia Sertaneja de Letras, Educação
e Artes do Maranhão

aconteceu no 30º sarau da casa amarela (1)


um sol de intensa generosidade e pleno de clarezas e
claridades veio a casa amarela ontem. um imenso e
comovente sol de simplicidades, amizades e afetos
sinceros se hospedou por várias horas ontem na casa
amarela durante o sarau que homenageou o cantor e
compositor antonio marcos. foi o sol da poesia maior
que escolheu a casa amarela ontem para morar e
tornar a todos que fomos atingidos por seus raios em
pessoas melhores hoje. foi um sol raro e único de
poesia especial e essencial que chegou no início da
tarde e se foi na boca da noite mas enquanto durou a
sua estadia por aqui, a nós pobres mortais só restou
aplaudir como súditos diante da sua rainha. só para
constar - o nome do sol que esteve por aqui ontem é
zélia guardiano.


akira - 01/120/2014.
(as fotos são de luka magalhães).


cabras de baquirivú na área (1)


5ª feira à noite estavávamos ensaiando para o show dos cabras
de baquirivú no dia 05/12/2014 às 20h, na casa de farinha (rua
santa rosa de lima, 1341, são miguel paulista - são paulo, altura
do nº 1832 da av marechal tito), com ingressos a R$10,00, para
levantar uma grana para realização de uma pequena reforma na
casa amarela. lá fora, na noite tensa da curuçá, o bicho tava
pegando feio e o medo atravessava as ruas, fechava as portas
das casas e não se enxergava uma alma viva se esgueirando
pelas sombras. toque de recolher e temores apreensivos à parte –
todo mundo ligando para os filhos para saber se todos estavam a
salvo, o ensaio seguiu tranqüilo mas com picos de overdoses de
emocionante criatividade musical para preparar as canções do
repertório. do cardápio poético e musical servido ontem neste
ensaio vou oferecer apenas um tira-gosto para deixar as minhas
comadres e meus compadres com água na boca para apreciar o
restante dos quitutes dos cabras de baquirivú no dia 05/12.

hasta la vista, babys.

akira – 01/12/2014.

oliveiras blues

autoria:

francisco xavier
ronaldo ferro
fernando tavares
akira yamasaki

violão e voz ronaldo ferro
violão jose carlos guerreiro
baixo francisco xavier
percussão silvio kono
filmadora clarice yamasaki

porque cheguei tarde
tomei um fora da minha nega
baby, bebi é verdade
agora, nega, não vou negar

no tapete da sala dormindo aprendi
que o homem sem amor é nada
não sou mais o mesmo
a alegria foi despejada

baby, bebi é verdade
agora, nega, não vou negar
moro bem longe pertinho do fim
moro na periferia de mim

daniel


o sarau da casa amarela que acontecerá domingo
que vem - dia 30/11/2014, a partir das 15h, e fará
uma singela porém emocionante homenagem ao
cantor e compositor antonio marcos, receberá com
muito afeto e alegria, o escritor daniel lopes que
fará na ocasião o lançamento do seu novo romance,
o tão aguardado "delicadeza dos hipopótamos". no
mesmo dia faremos também o lançamento do novo
livro de poesias, o "caderno de desapontamentos",
de autoria de zélia guardiano, poeta da estirpe dos
baitas. o endereço da casa amarela é rua julião
pereira machado, 07, em são miguel paulista (rua
do colégio hugo takahashi e próximo à sabesp).
então é assim: quem chegar será bem chegado e
quem vier será bentivindo - venha e traga a sua
emoção e a sua alegria, traga a sua canção e a sua
poesia.


sobre daniel

"Poucas obras merecem ocupar um lugar na linha tênue
que une os dois pontos de uma antítese, A Delicadeza dos
hipopótamos, sem sombra de dúvidas é uma delas.
O lugar, termo que ao mesmo tempo pode ser palpável e
subjetivo, dentro da obra é a mistura da místico-mítica
aldeia de Tamar, o bar de Mariano e o interior das
personagens, principalmente do protagonista Léo. Jovem
que ao regressar para seu espaço físico natal desenterra
acontecimentos de dentro do âmbito das sensações e
sentimentos, estes como já é sabido, acontecem sempre
no agora.
O foco narrativo desenvolvido por Daniel Lopes e
conduzido por seu narrador-personagem é uma belíssima
colcha de retalhos que abriga em si presente e passado
sem perder o ponto na costura.
Desde o seu Pianista Boxeador (2011), talvez por conta da
sua ascendência mineira, o autor traz à tona o principal
conflito Barroco: Corpo versus Alma. Mas isso de maneira
alguma soa retrógrado. Por meio dos monólogos interiores
de Léo, o leitor é presenteado com um dos pontos de maior
vigor do estilo de Lopes: A junção do ensaio com a
capacidade de narrar sem deixar pendência nenhuma em
ambos os pontos. Observando a obra do ponto de vista
externo é possível saborear o arsenal intelectual do escritor,
o qual abarca: Música clássica, pintura, filosofia, canções
populares, além da própria literatura.
Tudo a serviço da obra, sem artificialidade!
Você não percebeu, mas chegamos à rodoviária e o ônibus
para Tamar sairá ao abrir a primeira página desta obra.
Ao longo do itinerário, não tire os olhos da janela, pois ela
pode se confundir com o espelho que reflete as profundezas

da alma humana.

fernando rocha."

um poema no ar


rapáááá! que muito louco, ô meu. óiaí um poema meu no
projeto "um poema no ar" da rádio comunitária campeche,
de floripa. e ainda mais um poema meu interpretado pela
superpoeta e supemusa bianca velloso, que quando fala
insere novos conceitos, significados e sensibilidades antes
insuspeitos e inexistentes no texto. obrigado, maravilhosa
equipe da rádio comunitária campeche, vocês realmente
conseguiram atordoar de emoção o coração de um japinha
que já passou do tempo das paixões mais fortes. obrigado,
comadre bianca velloso, daqui do coração do oliveiras no
itaim paulista, envio a ti um grande abraço de amizade e
gratidão. 


akira - 24/11/2014.

casa amarela e casa de farinha convidam para um baita show com os cabras de baquirivú


comadres e compadres, atenção: tendo em vista
levantar uma grana para uma pequena reforma em
dezembro e início de janeiro na casa amarela, para
proporcionar melhores condições de conforto e
segurança aos usuários deste espaço cultural, as
casas de farinha e amarela farão realizar um baita
show musical com os cabras de baquirivú na casa
de farinha, no dia 05/12/2014, a partir das 20h,
com convites no valor de R$10,00. não tenho uma
dúvida sequer de que será uma baita show dos
cabras de baquirivú que já estão ensaiando a todo
vapor para este evento, um rico repertório com
algumas canções do cd "oliveiras blues" que será
gravado pelos cabras no início de 2015 e algumas
canções de jose carlos guerreiro, compositor e
poeta do sarau da maria que também participará
e enriquecerá a performance dos cabras. se você
não acredita no que digo veja então a seguir, uma
pequena amostra do que vai rolar no dia 05/12,
no vídeo feito por selma sarraf bizon com seu
celular esperto durante ensaio na sexta passada.


senda

música: francisco xavier e ronaldo ferro
letra: akira yamasaki
guitarra e voz: ronaldo ferro
violão: josé carlos guerreiro
percussão: francisco américo
teclado: joaquim lima


ainda que eu só tenha
olhos cegos pela venda
e só possa seguir você
não sigo por sua senda

ainda que eu só tenha
para o amor e contendas
mãos nuas e desarmadas
de ouro, poder e rendas

ainda que a fome torture
e a sua mão me estenda
e me ofereça a sua sopa
não durmo em sua tenda

e tô cagando muito pra
placa de compra e venda
cagando sim, quer saber?
pros heróis da sua lenda

aconteceu no encontro de saraus no ceu curuçá


momento especial no encontro de saraus no ceu curuçá no
dia 23/11/2014 que aconteceu durante interferência musical
dos cabras de baquirivú no evento que reuniu as na ocasião
o sarau força jovem da vila mara, o sarau do ceu curuçá, o
sarau da casa amarela, além do grupo itá de poesia. aqui, a
poeta e cantora janete amaral interpreta "nóia 5", de tarcísio
hayashi e akira yamasaki.


nóia (5)

música: tarcísio hayashi
letra: akira yamasaki
voz:  janete amaral 


arranjos e acompanhamento: cabras de baquirivú
violão: ronaldo ferro
guitarra: joaquim lima
baixo: francisco xavier
(vídeo de rosinha morais)



não roda mais no gira-gira
não brinca mais na gangorra
nem sobe na casinha do tarzã
só restou o silêncio agora

não trepa mais nas árvores
não canta mais com pássaros
não aposta corrida com o vento
só restou o silêncio agora
não teme mais a morte

não teme mais a vida
não teme mais o pesadelo
só restou o silêncio agora
agora não existe mais a dor

agora não existe mais espaço
agora não existe mais tempo
só restou o silêncio agora

zélia


então eis um imenso poema de zélia guardiano
que virá ao sarau da casa amarela de domingo
que vem - dia 30/11/2014, a partir das 15h,
para autografar seu novo e aclamado livro de
poesias, "caderno de desapontamentos". neste
dia faremos também o lançamento do romance
"delicadeza dos hipopótamos", de daniel lopes,
além de uma singela homenagem ao cantor e
compositor antonio marcos. a casa amarela fica
nas rua julião pereira machado, 07, em são
miguel paulista (rua do colégio hugo takahashi e
próximo à sabesp). então é isso aí, alguém vai
ter coragem de perder?


CHUVA À MODA ANTIGA

Chove
Uma chuva
Enérgica

Parece-me
Que houve
Assembleia
Dos nimbos
Em que se decidiu:
Vamos entristecer
A Zélia

[Porque chuva
Que faz
Escurecer o dia
Sempre me causou
Melancolia

(Mas tenho consciência:
Não procede
Este melindre
Em tempo de seca)]