quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Mais um poema de Cláudio Gomes

Um poema intrigante, surpreendente e inquietante.
Um legítimo Cláudio Gomes saindo do forno.

Akira - 29/10/2010.

Destinos

a borboleta estacionou no sangue
enquanto o caminhão partia

quatro gotas de sorvete de groselha
escorregaram na pele branca

alfinete de medalha furou
o vermelho da farda do soldado

a menina viveu.
o pai deu uma foto dela ao soldado.

duzentos e noventa e dois frangos, alguns nascidos galinhas,
foram sacrificados para consumo humano, trinta e sete horas depois
do fim da estrada.

na volta a carga será ração.


Cláudio Gomes – 28/10/2010.

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