quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Um poema de André Marques


Sabedor das sangrentas indagas poéticas ocorridas em terras de São Miguel de Ururaí, onde em cenário de paixões, ferimentos e sangue, os poetas Cléston Teixeira, Sacha Arcanjo, Carlos Alberto Rodrigues, Xicoedú, Francisco Carima, Akira Yamasaki, Tiago Araújo e Escobar Franelas  protagonizaram duelos de épicos punhais e amores não correspondidos, - sabedor destas proezas, o meu amigo André Marques e, por mera concidencia, grande poeta, compositor e cantador, resolveu participar também do galope das armas brancas.
Acabo de receber o poema abaixo que veio direto de Irecê - BA. Akira - 13/10/2010.


Punhal afiado galopa
Na estrada do ferimento

Quando a vida  despedaça
A morte se faz  inteira
Sentimento na  ladeira
A saudade nunca alcança
Fria dor freia a esperança
E eterno fica o momento
Bóia sangue e sentimento
A lágrima o rosto ensopa
Quando um punhal galopa
Na estrada do ferimento

Me lembrei de cangaceiro
Jagunço, cabra  e coronel
Brigas de feira e bordel
Emboscada de traiçoeiro
Indaga de “bebo” em terreiro
De cabra doido violento
Tudo acaba no momento
Pois a vida a morte topa
Quando um punhal galopa
Na estrada do ferimento

Arma branca criou cor
Negro enfiou no branco
Que rasgou-lhe o fino flanco
Fez a morte do feitor
Partindo o  buxo do  senhor
Na cesárea do lamento
E a morte foi seu rebento
É assim que se acaba tropa
Quando um punhal galopa
Na estrada do sofrimento


André Marques.

3 comentários:

  1. Bichos, e eu fico aqui me perguntando: pra qu~e que eu ainda escrevo? rsrs eita André certeiro da moléstia!

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  2. Poema de parto natural: voilà! Aqui, pura inveja criativa...

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