tenho medo
o perigo mora
na rua deserta
na noite escura
piscam alertas
tenho medo
o perigo mora
após a esquina
sombra no desvão
revela a retina
tenho medo
o perigo mora
dentro da favela
menino magrela
preto, banguela
tenho medo
o perigo mora
em caroço de osso
tumor de virilha
íngua de pescoço.
akira - 17/10/2010.
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O perigo mora no medo.
ResponderExcluirO perigo mora no medo
ResponderExcluirolho o bar e os jogadores
na sinuca.
Na nuca,
a erva e o cachimbo,
liguei um oito um!
X nove ou morte do menino.
E recebo, cifrado,
O poema do medo.
Pois é, poeta,
A noite escura
Atravesa túneis e janelas
e pega carona no trem,
O menino, salvo,
foi preso.
Xicoedú.
íngua (2)
ResponderExcluirtive medo
ao marcar uma consulta
O médico medica
e parece que te insulta
quer que você fale
de uma coisa que se oculta
tive medo
uma íngua no pescoço
um pé quase adormecido
um nó no intestino grosso
um furúnculo na virilha
um prato de rango insosso
tive medo
um pretérito falido
me recompus como gente
sou da tribo do garrido
feito fênix me refiz
da cinza o mais polido
tive medo
agora já velho jovem
ainda pedra no sapato
com idéias que se movem
íngua que incomoda
até que outros provem.
sacha arcanjo (19102010)
acho que eu estou aprendendo a identificar vocês antes de ver o nome de quem escreveu...
ResponderExcluiríngua (3)
ResponderExcluiro perigo mora no medo
que além do delator produz
a dissimulação e o segredo
o herói, o judas e o jesus
o sagrado é mero arremedo
a espada é siamesa à cruz.
akira – 20/10/2010.
Clarice
ResponderExcluirPoetas são dissimulados e fingidores, é do caráter e da natureza deles. Como é que voce identifica cada um?
Iran
ResponderExcluirVou atrás do seu livro. Só preciso de um tempinho para organizar-me, depois comento.
Akira.
o medo incrusta meu coração
ResponderExcluircruza a esquina crua e escura
medo de falar com meu irmão
o medo meda a medula
Fingir que não vemos miséria
Que nos causa apreensão
Uma sensação deletéria
Deixando nossa vida no vão
Adailton Alves – 21/10/2010.
medo
ResponderExcluirtalvez, algum dia chore
sim, as lágrimas molharão a cutícula da unha de cada pé
não, encharco o travesseiro altas noites
e dançar com fé.
sempre, com muito medo
todo dia, matar um monstro novo
vida sim vida não, repetalar alma
e dançar de novo.
cg.
íngua n'alma
o amor de mim
não esconde o medo
de ser completo
imperfeito
feito amor sem fim
cg.
2
Das profundezas de mim
as vezes um corvo sai, assim
feito um coágulo mal
de uréia e puro sal.
Me afina a pele e mole
adoça a língua e finda
a carrancuda cara e sara .
cg
21/10/2010.
(cg é claudio gomes).
Tive um sonho que estava assustado
ResponderExcluirhavia algo caminhando ao meu lado
era uma vara de cana de açucar
mijando alcool
umedecendo o tabaco do meu cigarro
avisando que o meu pulmão iria pegar fogo.
deitado numa sala adormecido, a tv ligada
e o jogo já havia começado...
Corinthians contra um time mal treinado
um gavião rasgou a cortina e entrou pela janela
totalmente pelado, virei de lado e o medo levou um susto
com a minha pose de tarado.
O meu medo é de mim mesmo e é malvado
o arrepio me deixa adoentado
broxo, travo e alço voo com cara de coitado.
Ciço do Som ( Medo de todo instante)
21/10/2010.
Dia desses, andando de ônibus,
ResponderExcluirno corredor da Rebouças,
Um Xapa mostrou monha chapa:
LESÃO FATAL NO FÍGADO.
Trombei com a parede,
Já condenado à morte,
Não tinha visto o lado da lei.
Nem quiz ver.
TGO e TGP
Jamais me imaginei
Rompendo o macartismo,
além da hipocrisia,
A fraterna história que nos liga:
"era menor de idade ainda
e já tinha "x" crimes de morte."
Delataria ou não?
Xicoedú – 21/10/2010.