segunda-feira, 4 de outubro de 2010

miyuki (4)

voce é um punhal afiado
enfiado no meu ferimento
revirando e retorcendo
pelo puro prazer apenas
da tortura e do tormento
até que na ponta do aço
somente a dor prevaleça
e morra o discernimento.

akira - 04/10/2010.

5 comentários:

  1. O poeta é um fingidor,
    finge tão completamente,
    Que chega a fingir que é dor.....

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  2. silva (1)

    punhal de prata afiado
    como se fosse furar
    o bucho de um bicho
    que se fizesse acuar
    no mito ou no mato
    pudesse ser apanhado
    em pelo nos seus versos
    galopando no agalopado
    sem farimento na pele
    sem cicatrizes na mente
    a ponta desse punhal
    é luz que brilha somente
    para guiar no escuro
    o que não vê poesia
    o que pensa esquisito
    e o que nem saberia
    que o sabiá quando canta
    canta prá nos encantar
    e o punhal quando silva
    silva mandando parar.

    sacha arcanjo (06/10/2010).

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  3. Cortes



    Vasto caminho das facas

    punhais, adagas, espadins

    cortam o ar, minha alma

    cravam suas pontas em mim

    Vastos caminhos, arestas

    aços brancos, brilhantes

    abrem meu peito inconstante

    víceras tristes malfeitas.

    Vastas facas rompem, em corte

    as fibras do meu amor, e

    deixam-me num torpor de morte

    adaga afiada, pontadas de dor.

    Vastas laminas ferinas

    de fio, corte certeiro

    na vida são meninas

    que faceiras levam desespero.

    Vastas chagas, saudade

    lamento, sorriso do aço

    com ímpeto sagaz, maldade

    sugam meu sangue, sou bagaço.



    Carlos Alberto Rodrigues - 05/10/2010.

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  4. Outros punhais e outros alvos.

    Joguei meu punhal de prata
    No céu rubro de vergonha
    Feito um raio em tempestade
    Iluminando tua carantonha

    Abriu-se uma gargalhada
    que vem das profundas dos infernos
    Riu-se com desprezo e escárnio
    de ver espostas suas carnes.

    A chuva voltou pro céu
    o mar subiu pela montanha
    O sol desabou na terra
    pra ver o torpor dos seus olhos.

    Chamei meu punhal de volta
    que já tinha feito estrago.
    Joguei uma flor no rio
    pra beijar teus olhos.

    Cleston Teixeira – 1981

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