segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Casamento

Pelo caminho a mim destinado, sou um rio que perde forças para escavar seu leito e trilha, saciando a sede dos desertos, volteando montanhas e abismos, com mil sacrifícios e paciencias, conforme aproximo-me exausto do local e do momento marcado,
para o prometido acasalamento com o mar, que há mil séculos aguarda-me com seu alvo véu de algas e eternas espumas.

akira – 01/11/2010.

4 comentários:

  1. Belíssimo encontro das águas nas tuas palavras.

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  2. Parece-me uma ode tal & qual Easy Rider (Sem Destino,. que, por sinal, passa nessa madrugada na tv aberta), com essas águas representando a metáfora da descoberta de tantos, tortos e tontos territórios.
    Parece mais: o SãFrãcisco a cortar os Brasis, aquosamente, para levar sêmen, seiva e leite à terra árida e ávida.
    Parece um pouco mais ainda: o Tietê, bordeando SãMiguel/Itaim, vindo das cachoeiras biritíbicas até anelar-se ao Paraná.
    Quis dizer, com tudo isso, que o dito escrito é pura água, pele-água, séde e sêde de poesia, fome de vida.
    Viajei...

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  3. Você tem um amigo solteiro que faça poemas assim? Me avise, se tiver...rsrsrs
    Conheço a dona do marido, acho que ela merece poemas diários. E fico feliz em ter vocês como amigos, e amigos de tanto tempo.
    ò, vim aqui reclamar, ciumenta: você aparece no blog do Chorik toda hora...
    E nem estou na sua lista de blogs.
    Tome jeito, Akira-san!

    Beijinhos

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