azul de tão negro
metálico e cintilante
um beija-flor obtuso
voava cego de fome
no limite do cansaço
treze, trocando fusos
até que quase morto
com o radar avariado
variando em parafuso
seus olhos delirantes
viram a sorte grande
deste inverno confuso
anú de tão anilado
indígena e africano
um beija-flor cafuso
no último instante
encontrou por acaso
meu jardim recluso
completo de azaléias
e primaveras no auge
dos desejos excusos
mas, oh, quanto azar
flores inadequadas
para seu bico intruso
de natureza tubular
afunilado e impropício
alongado e em desuso
neste inverno rigoroso
nesta visita singular
deste jardim, excluso.
akira – 15/08/2010.
Não sei se a visita aconteceu de fato, mas a imagem é bonita.
ResponderExcluirSó hj li seu comentário sobre o Enem. Que grande palhaçada, né?
Não sou muito de ler poesia, mas o blog tem isso de bom: faz a gente se aventurar em outros campos.
Um grande abraço.
O beija-flor citado visita nosso jardim com frequencia e traz com ele outros tantos..
ResponderExcluirFaltou apenas dizer
ResponderExcluirque dito cuitelinho
veio visitar seu muso.
Os poetas que me perdoem, mas sinto dizer que a visita não é tão romantica.. ele vem é se alimentar do nosso pé de sakura
ResponderExcluirOi, Akira, vim pra retribuir a visita lá no Blag, dei uma passeada no teu jardim em meio a esses mistérios, como o pé de sakura e o beija-flor metálico e cintilante. Ou cuitelinho, como lembrou Chorik. Parabéns pelos versos e pela militância das artes - ela é necessária! Voltarei mais vezes! Um abraço!!! (Nílson).
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