segunda-feira, 29 de setembro de 2014

janete amaral no 27º sarau da casa amarela


quando a poeta e cantora janete amaral declamou o seu
poema no sarau de domingo, num impulso observei em
público o crescimento e a evolução da sua poesia, tanto
na qualidade como na quantidade, ao que ela respondeu
dizendo que era devido a convivência com os poetas que
frequentam a casa amarela. no caso de janete encanta e
chama a atenção de todos o fato dela estar encontrando
o ponto de equilíbrio entre forma e conteúdo, intenção e
ação da sua poética e estar abrindo as comportas da sua
criação para despejar sobre nós a poesia plena de ternura
e lirismo do rio das suas memórias.


akira - 17/09/2014.

 
Paulo

Paulo era o filho do leiteiro,
em sua carroça entrega os litros de
leite
de casa em casa.

Filho do seu Nelson,
Ajudava o pai...
A entregar o leite.
A carroça balançava
nas ruas sem asfalto,,,
De São Paulo
e fazia um barulhão,
que denunciava sua chegada.

Em cima do muro,
de frente de casa,
Paulo me pediu um beijo,
meu primeiro beijo
aos 7 anos,
a Tia Deija viu,
contou pra minha mãe,
foi a primeira surra que levei.
nunca mais beijei Paulo,
nunca mais beijei ninguém
em cima daquele muro.

Depois,
Ainda jovem, Paulo
perdeu a vida pras drogas.

Janete Amaral.

Nenhum comentário:

Postar um comentário