eu era só um menino num imenso pomar
à sombra de mangueiras e pés de ponkan
por pássaros complascentes testemunhado
um avô bêbado e triste dançava para mim
canções imemoriais de pânicos e ausencias
trazidas de um país distante e melancólico
por homens e mulheres de olhos puxados
em longas travessias de noturna diáspora
eu era um menino só numa tarde qualquer
numa cidade pequena e perdida do interior
onde aprendia os mistérios do verbo partir
durante horas eternas na estação de trem
até que um dia, anjos errados e errantes
cicatrizaram gestos, palavras, movimentos
e o coração nostálgico de um velho bêbado
no destino e nas mãos do menino amarelo
akira – 25/02/2012.
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Olá Akira, sempre que visito teu Blog encontro lindas postagens..."Cicatriz" quem não as tem? Parabéns, uma bela reflexão!
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