hideko, amanhã a morte virá ao seu jardim, tocará flores e folhagens, e especialmente, as pedras consumidas pelo silencio das nossas tristezas incineradas;
e então ficaremos juntos à sua espera, com mãos inertes e braços pendentes de submissão aos caramujos condenados a subir com suas ventosas de cola deslizante, pelas nossas pernas, costas e faces nuas, para alimentar-se do adubo e da caspa dos nossos cabelos;
hideko, amanhã o sol virá ao seu jardim, escorregará com generosa luminosidade pelas palavras abertas e pelos calos, juntas e cicatrizes das plantas podadas centenas de vezes pelos bisturis do tempo;
e então ficaremos juntos à sua espera, com nossas mãos molhadas de igrejas e desapegos, perfumes indecifrados e sabedorias de mantras e portais milenares.
akira – 29/12/2010.
Grnde Akira,
ResponderExcluirSintom-e muito orgulhoso de ser amigo de um cara que tem competencia de escrever um poema, como este, que depois que a gente lê fica com um setimento de alegria a ao mesmo tempo de orfandade por ele ter terminadoe e não ter continuação.....poema lindo ...muito lindo.
parabéns
Pungente pra caramba, linda homenagem. Caiu minha ficha agora.
ResponderExcluirAbraços