menos, meu bróder
menos e põe menos nisso
minha poesia nem chega a ser poesia
pré-poesia, com algum exagero
e sem falsa modéstia
minha poesia vai somente
até aquele ponto indefinido
onde a palavra virará poesia
e recusa-se a seguir adiante
minha poesia habita
cheiros, cores e corações
do rés do chão das ruas
e dificilmente chega às ante-salas
ela sai da boca do homem comum
e peço a deus que volte
aos ouvidos do homem comum
minha poesia habita
pontes obscuras sobre abismos
degraus de escadas desusadas
purgatórios de poesias.
akira – 25/12/2010.
A sua poesia é, meu bróder. Não é fácil, habitar "degraus de escadas desusadas / purgatórios de poesias". É para poetas!
ResponderExcluirEita, essa poesia aí é a negação da própria mentira que tenta apregoar.
ResponderExcluirAkira
ResponderExcluirA poesia é poesia, pouco importa como se apresenta,
importa mais, que em sua existência pretérita,
já apresente a potência de poesia!
É como uma semente, que não é uma árvore,
mas que tráz a árvore dormente dentro de si!
É feita de pequenos pedaços,as palavras,com forte pendor á poesia...
Toda palavra é uma poesia condensada, que nunca se recusará a ser o que é!
Não deixa que o mundo a sua volta a comprima no seu próprio molde,
ao contrário, é ela quem molda e lapida...
Se expressa, se qualifica, se significa, o que quer que explicita,
não há menor valia, se vem do rés do chão, das ruas por onde passam vidas...
e se não chegam às ante-salas, aos salões, não o fazem por culpas delas!
Pois todos os homens são bem comuns e prosaicos...
Os mais refinados podem ser também arcaicos...
E estes, podem ser também, muito refinados!
Se liga pontos extremos, onde as consciências não dão a graça de sua luz,
se percorre caminhos não mais trilhados,
não deixa de ser poesia...
Nem caminha por caminhos de pena e reparação!
Antes, vão ao encontro de seus pares,
que como a árvore dentro da semente,
dentro das almas humanas,são outras poesias em processo de hibernação!
Edvaldo Rosa
www.sacpaixao.net
31/12/2010.
Obrigado por postar os meus comentários...
ResponderExcluirMas que a sua pré-poesia é do balacobaco é!
Coisa boa demais...
Edvaldo, meu bróder, posto mesmo e sem pedir licença. Um abraço, velho.
ResponderExcluirNilson e Chorik, o "menos, meu bróder" é uma resposta a um amigo, o Xicoedú, que às vezes se empolga demais, para colocar as coisas em seus devidos lugares.
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