domingo, 26 de dezembro de 2010

Menos, meu bróder


menos, meu bróder
menos e põe menos nisso
minha poesia nem chega a ser poesia
pré-poesia, com algum exagero
e sem falsa modéstia

minha poesia vai somente
até aquele ponto indefinido
onde a palavra virará poesia
e recusa-se a seguir adiante

minha poesia habita
cheiros, cores e corações
do rés do chão das ruas
e dificilmente chega às ante-salas
ela sai da boca do homem comum
e peço a deus que volte
aos ouvidos do homem comum

minha poesia habita
pontes obscuras sobre abismos
degraus de escadas desusadas
purgatórios de poesias.

akira – 25/12/2010.

6 comentários:

  1. A sua poesia é, meu bróder. Não é fácil, habitar "degraus de escadas desusadas / purgatórios de poesias". É para poetas!

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  2. Eita, essa poesia aí é a negação da própria mentira que tenta apregoar.

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  3. Akira
    A poesia é poesia, pouco importa como se apresenta,
    importa mais, que em sua existência pretérita,
    já apresente a potência de poesia!
    É como uma semente, que não é uma árvore,
    mas que tráz a árvore dormente dentro de si!
    É feita de pequenos pedaços,as palavras,com forte pendor á poesia...
    Toda palavra é uma poesia condensada, que nunca se recusará a ser o que é!
    Não deixa que o mundo a sua volta a comprima no seu próprio molde,
    ao contrário, é ela quem molda e lapida...
    Se expressa, se qualifica, se significa, o que quer que explicita,
    não há menor valia, se vem do rés do chão, das ruas por onde passam vidas...
    e se não chegam às ante-salas, aos salões, não o fazem por culpas delas!
    Pois todos os homens são bem comuns e prosaicos...
    Os mais refinados podem ser também arcaicos...
    E estes, podem ser também, muito refinados!
    Se liga pontos extremos, onde as consciências não dão a graça de sua luz,
    se percorre caminhos não mais trilhados,
    não deixa de ser poesia...
    Nem caminha por caminhos de pena e reparação!
    Antes, vão ao encontro de seus pares,
    que como a árvore dentro da semente,
    dentro das almas humanas,são outras poesias em processo de hibernação!

    Edvaldo Rosa
    www.sacpaixao.net
    31/12/2010.

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  4. Obrigado por postar os meus comentários...
    Mas que a sua pré-poesia é do balacobaco é!
    Coisa boa demais...

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  5. Edvaldo, meu bróder, posto mesmo e sem pedir licença. Um abraço, velho.

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  6. Nilson e Chorik, o "menos, meu bróder" é uma resposta a um amigo, o Xicoedú, que às vezes se empolga demais, para colocar as coisas em seus devidos lugares.

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