quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Meus poetas preferidos (05)

Escobar Franelas

Por ser todo composto de ternas sutilezas e claros instantâneos delicados, Escobar Franelas é incapaz de uma grosseria e sua poesia é limpa, clara e terna.

Akira.
 
 REZA

quando estiver em silêncio
não feche a porta
elas azedam a textura
da quietude

ouça:
é leve o zumbido
de pensamento luzidio
que trafega no vácuo
da memória
conserva ele num tonel
de distâncias indisfarçáveis

impenetrável
o silêncio - você o sabe -
é ouro em suspensão
amigo sem comoção

DA INFÂNCIA E SEUS INSTANTÂNEOS 

nem sabia o que era
quimera
mas gostava da palavra
rimava com primavera

não sabia o que era uma rima
tampouco primavera

POEMA SEM TÍTULO PARA RAQUEL
era pra ser amor era pra ser amora
ela que sempre gostosa ele que sempre gostara
ele que se amara ela que se fôra
ela que sempre será ela que se apavora
em tê-lo dentro e fora
ele que se devora comendo o futuro agora
ela que inaugura o ímpar do par que enamora

Escobar Franelas.

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