sábado, 6 de fevereiro de 2010

Resposta ao amigo Nando Z

butecos fuleiros

prezadíssimo amigo nando z
novamente acertaste na mosca
devo humildemente reconhecer
de bola e tudo, de letra e rosca
marcaste mais um gol de placa
com direito até a drible da vaca

trabalho de pesquisa necessário
é muito bem-vindo o inventário
dos butecos fuleiros da região
que se pela idéia já é hilário
é mais valioso pela intenção
este etílico e didático itinerário

importuguável amigo nando z
não tenho bravatas para cuspir
nem há vanglórias no meu dizer
prova que não me deixa mentir
meu fígado é testemunha e réu
purgatório entre inferno e céu

alguém como eu que joga e bebe
desde os catorze anos de idade
o começo atrás de muros e sebes
na infância ainda, na puberdade
nos bares da vida mais fuleiros
tanto melhor se mais rampeiros

nas vilas clara e curuçá, nando z
jardins noêmia, maia, são vicente
vilas mara e barbosa, jardim ipê
fiz meu nome no independente
no santos do morro e no avante
seguro e clássico médio volante

futebol, beira de campo, samba
fel na primeira dose da cavalinho
olho vivo no violão dos bambas
na pitú, riopedrense e tatuzinho
no dreher, o vilão dos conhaques
kent, astorga, cigarros mandrake

mas a primeira escola, nando z
foi na boca de porco do mussum
vinho capelinha, como esquecer?
três fazendas e cinqüenta e um
pif-paf, rouba-montinho, caxeta
menor ainda de penetra na roleta

vinte e um, o vício o mais comum
mata-mata e vida nas tampinhas
lei do cão, o coração pumpumpum
no meu jogo preferido, a porrinha
suspense e silencio na lanchonete
o aluguel pendurado na bola sete

o que procuraste amigo nando z
no líquido ardente, vil e espesso
é o mesmo que implorei esquecer
menino ainda e desde o começo
de bar em bar, de mesa em mesa
medos, assombrações, incertezas

nos copos também procurei errante
a dor dos meus fantasmas acalmar
pacificar minha tristeza dilacerante
deixar o cão da loucura descansar
e livrar-me finalmente dos fardos
dos meus aflitos poemas bastardos

akira – 06/02/2010.

 

Recomendo com louvor

CASA DO NORTE CUMBUCA CHEIA
Ou simplesmente Bar do Pernambuco
Fica no centro do Jardim das Oliveiras, infelizmente esqueci de anotar o nome da rua e o número, mas não tem o que errar, é no ponto final do Oliveira, bem em frente às Casas Bahia. Tudo o que o Perna serve no seu bar é de primeira, desde a favada até o arrumadinho, passando passando pelo mocotó, galinhada, galo, costela, costelinha e outros, mas vou falar somente da sua feijoada. Aliás, nem vou falar. Vou resumir numa única frase: a melhor que provei nos meus 58 anos de vida. A feijoada grande custa R$40,00 mas comem 06 pessoas tranquilamente e ainda sobra para a janta. Um senão é que o buteco é pequeno e se voce não chegar cedo pega fila. O outro senão é que o Pernambuco também é filho de Deus e de vez em quando toma umas e outras e entorna o caldo, os seus porres são homéricos e duram vários dias. Nesse período a freguesia fica a ver navios em pleno Oliveirinha.


 

CASA DO NORTE RAINHA DE UBERABA
Mais conhecida como Bar do Baixinho

Fica em Itaquaquecetuba, na Vila Virgínia, na Avenida Uberaba, 717. Deste antro de perdição de centenas de cachaças vís em carteira e estóque, centro de perigos e maldição para todos os regimes iniciados, quero recomendar a carne seca na chapa, o popular jabá, o charque ou qualquer nome que o considerado freguês preferir. Como o Baixinho prepara a indaga vou ficar devendo, simplesmente não sei a não ser que é simples porque ele coloca o fardo de jabá inteiro na chapa e a gosto do cliente vai arrancando lascas, cortando pedaços e dilacerando nacos que derretem na boca. Recomendo de olhos fechados com arroz branco.

Akira - 06/02/2010.


Um comentário:

  1. Massa demais akira!! tá convocado pra proxima pesquisa, ah adorei a camiseta do Godfather, morri de invejas positivas, valeu grande poeta!!


    PS: vou nestes ai que vc recomendou hein!!

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