espelhos não mentem
constatam somente
não há mais juventude
e a beleza fugiu
do meu rosto aos poucos
ardeu como luz de vela
até o fim
as lembranças doem
como cãimbras.
akira - 08/06/2011.
quarta-feira, 8 de junho de 2011
domingo, 5 de junho de 2011
Desse Fruto
"tem gente por aí
vivendo que nem gente
guardando o seu ouro
com unhas e dentes
trancando as portas
sem saber que na rua
sangra exposta
a ferida sua
é gente dormindo
em cima do fruto
e atirando sempre
a parte podre no lixo
é gente que até
parece que é gente
mas a gente sabe
que é bicho".
Levei um susto agradável, ontem, quando deparei no Youtube com o vídeo que posto a seguir.
Trata-se de uma apresentação no Sr Brasil da cantora Veronica Ferriani, menina linda que canta maravilhosamente bem, da canção "Desse Fruto", que é uma parceria minha com Osnofa e Edvaldo Santana, composta em 1979.
Enquanto assistia emocionado ao vídeo, meu coração voou para as tardes de domingo dos anos 1979 a 1985, quando eu vociferava o "Desse Fruto" nas praças da resistencia cultural do Movimento Popular de Arte - o MPA de São Miguel Paulista.
Meu coração quase não aguentou quando voou também para o dia 03/07/1980, data em que falei esse poema para mais de 100.000 operários no Estádio do Morumbi, no Encontro do Papa João Paulo 2º com os operários de São Paulo.
Uma roupagem nova, uma leitura calma e diferente com Veronica Ferriani, mas a canção resiste, o vírus da raiva continua lá.
Desse Fruto
Música: Osnofa e Edvaldo Santana
Letra: Akira Yamasaki
Intérprete: Veronica Ferriani
(Lamentavelmente não tenho os nomes dos músicos extraordinários que acompanham Verônica).
vivendo que nem gente
guardando o seu ouro
com unhas e dentes
trancando as portas
sem saber que na rua
sangra exposta
a ferida sua
é gente dormindo
em cima do fruto
e atirando sempre
a parte podre no lixo
é gente que até
parece que é gente
mas a gente sabe
que é bicho".
Levei um susto agradável, ontem, quando deparei no Youtube com o vídeo que posto a seguir.
Trata-se de uma apresentação no Sr Brasil da cantora Veronica Ferriani, menina linda que canta maravilhosamente bem, da canção "Desse Fruto", que é uma parceria minha com Osnofa e Edvaldo Santana, composta em 1979.
Enquanto assistia emocionado ao vídeo, meu coração voou para as tardes de domingo dos anos 1979 a 1985, quando eu vociferava o "Desse Fruto" nas praças da resistencia cultural do Movimento Popular de Arte - o MPA de São Miguel Paulista.
Meu coração quase não aguentou quando voou também para o dia 03/07/1980, data em que falei esse poema para mais de 100.000 operários no Estádio do Morumbi, no Encontro do Papa João Paulo 2º com os operários de São Paulo.
Uma roupagem nova, uma leitura calma e diferente com Veronica Ferriani, mas a canção resiste, o vírus da raiva continua lá.
Desse Fruto
Música: Osnofa e Edvaldo Santana
Letra: Akira Yamasaki
Intérprete: Veronica Ferriani
(Lamentavelmente não tenho os nomes dos músicos extraordinários que acompanham Verônica).
sábado, 4 de junho de 2011
Jardins e pomares
do jardim eu quero aquela rosa
que cheira a paixão mais louca
do torresmo me basta a gordura
que derrete nos cantos da boca
da noite eu só peço claridades
de luas cheias passando no céu
nas manhãs de sol eu procuro
os vôos de borboletas ao léu
do pomar eu só quero a fruta
que amadurou por si no tempo
e fora do alcance dos pássaros
resistiu ao castigo dos ventos
à minha amada eu só imploro
a presença mas sei que é tarde
dos seus beijos só tenho hoje
o travo amargo da saudade.
akira yamasaki – 04/06/2011.
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Escobar Franelas no 2º Sarau da Casa Amarela
se eu fosse poeta
eu queria ser
o escobar franelas.
akira - 01/06/2011.
eu queria ser
o escobar franelas.
akira - 01/06/2011.
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Poesia às nove da manhã
Fomos convidados, eu e Raberuan, para abrir com uma interferencia poético/musical, o IV Encontro de Cultura e Sustentabilidade, da Fundação Tide Setúbal, realizado no dia 20/05/2011, sexta-feira, no CDC Tide Setúbal em São Miguel Paulista, que nesse ano discutiu o tema “Economia Criativa – Desafios e Rupturas para Construção de Uma Cidade Sustentável”.
Poesia às nove da manhã para uma platéia de cerca de 100 pessoas, constituida pela elite cultural e política do bairro, artistas e produtores culturais, políticos e politiqueiros, representantes de entidades, associações e igrejas, jornalistas, professores, estudiosos, profissionais liberais e enfim, formadores de opinião em geral.
Raberuan e eu disparamos canções e poemas de nossa autoria falando das mazelas do nosso cotidiano, dores, amores, derrotas e esperanças de cada dia que passa, e o feed back que tivemos foi o silencio mais comovente e completo que ouvi na minha vida, seguido dos aplausos de pé.
Na mesma sexta à noite, uma nova presepada, dessa vez com o reforço valioso de Gilberto Braz, no outro extremo da cidade, para uma platéia completamente diferente – uma festa/confraternização dos empregados do Pátio de Manutenção do Metrô em Jabaquara.
Cerca de 150 pessoas entre mecânicos, eletricistas, técnicos de manutenção, seguranças, engenheiros e enfim, o chão da fábrica regado a muita cerveja, som ruim e samba de roda, e tudo que ouvi durante a nossa apresentação foi o mesmo silencio comovido e respeitoso da manhã.
Eu já ouvira esse silencio antes. Foi há uma semana atrás em Itaquera, uma apresentação num evento para arrecadação de agasalhos, com motoclubistas e rock and roll pauleira.
Akira Yamasaki – 24/05/2011.
Cesar Baiano especial
SARAU DA CASA AMARELA
AÇÃO ENTRE AMIGOS NO BAR DO WLAD
Pessoal
Curto e grosso é o seguinte: o próximo Sarau da Casa Amarela será excepcionalmente realizado no dia 05/06/2011 - domingo, às 17h, no Bar do Wlad, no centro de Ermelino Matarazzo, na Rua Kobee Kumagai com Miguel Rachid. E haverá cobrança de ingresso no valor de R$10,00 (dez reais).
Todos já devem ter tomado conhecimento das dificuldades que o nosso amigo Cesar Baiano, figura essencial no movimento cultural e social na região de São Miguel há mais de 30 anos, está enfrentando. A verdade é que ele está na pior mesmo, inclusive, na UTI do Hospital Santa Marcelina, para onde veio removido há alguns dias do Nordeste. Afora a dor e preocupação pela saúde do amigo, por conta de gastos com médicos, hospitais, remédios e traslados em UTI especial, a familia do Cesar está com um rombo de R$53.000,00.
Curto e grosso é isso: hora de arregaçar as mangas da solidariedade. Peço aos amigos para que apareçam no Bar do Wlad no dia 05/06, onde poderemos até discutir novas formas de mobilização.
Raberuan
Gilberto Braz
Sacha Arcanjo
Claudemir Santos
Akira Yamasaki.
domingo, 22 de maio de 2011
Ivan Neris, ecos do Sarau da Casa Amarela ainda
a minha tese é que o meu amigo ivan neris não passa de um esperto farsante, um arisco poeta de mil carapaças e um certeiro atirador de artimanhas e carapuças que se esconde atrás de dezenas de muralhas e couraças, e digo mais, ele é um zagueiro de muita técnica que de primeira passa e sai jogando de cabeça erguida, mas quando necessário não tem escrúpulos de usar recursos de engodos e trapaças;
a minha tese é que ivan é uma construção de mil personagens de si mesmo, só descobri no sarau da casa amarela, quando ele abriu o seu coração e despedaçou a sua alma de vários ivans a dois metros de distancia da platéia estatelada, cada ivan mais verdadeiro que o outro, cada um mais incômodo que o outro, disparando saraivadas de poemas inquietantes que obrigavam todos a se remexer desconfortáveis nas cadeiras;
a minha tese é que os versos de ivan são de difícil digestão e causam desconforto como se avisassem que há algo errado nessa mesa de cozinha, que um soco é iminente na boca desse estômago, que um choque eletrico virá por esse chuveiro, que um cheiro ruim voltará desse bueiro, que um passarinho cagará nessa cabeça, que uma réstia de luz invadirá esse covil de renegados e que uma flor nascerá nesse antro mal frequentado;
a minha tese é que quando todas as artimanhas e trapaças foram descobertas, e quando as carapuças e carapaças cairam no chão dos engodos, incinerados pelo fogo da verdade e lirismo da sua poesia, e quando o seu peito se desnudou das couraças e coletes à prova de balas, e quando todos os ivans se desmancharam como bolhas de sabão no seu coração de ivan;
a minha tese é que nesse momento só restou o menino ivan neris com seu pé quebrado na madrugada incerta do sarau da casa amarela.
akira yamasaki – 17/05/2011.
a seguir, “maria e raimundo”, parceria de Ivan Neris com Tarcisio Hayashi, japa paraguaio, poeta e compositor genial dessa zona leste é nóis, onde os poetas nascem como erva daninha, captada pela mini-portátil de carlos alberto rodrigues.
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