Obs: Odeio isso mas depois de postado o texto ontem, algumas palavras ficaram perambulando aos berros nos meus ouvidos, na mesma faixa de ondas sintonizada durante a construção do poema. Odeio isso mas fui obrigado a incluir uma terceira estrofe para completar o circuito espaço/tempo/relação.
para você foi um distúrbio para mim, delinquente, o sonho que virou tudo: medo do pra sempre fatalismo, cortes e correntes pescoço, álcool, novidade iodo, isqueiro, querosene e um banho às três da matina um sonho, essa nova menina, uma corrida, elevadores, rock and roll na minha cama, ninguém mais, ninguém menos, que cláudia ohana
no dia seguinte, no mês seguinte a praça da minha rua um pedido de gente nua uma conjuntivite e a certeza que eu desconfiava: pneumonia seguida de bronquite, três cigarros por dia, menos de um maço por semana cloridrato de sertralina maleato de dexclorfeniramina claritromicina e um santo, dai-me, dai-me, dai-me, insistia ela e pedia com mais vontade. tá, tudo bem (?) não, não sei, nunca usei nunca quis dipirona? sim, de lei. quarenta gotas a cada três horas ou três gotas a quarenta por hora? e quem disse que você é que controla? quem diz o que pensa ser real? dá um medo de se passar por mentiroso medo dos infernos, medo da eternidade que nunca existiu medo da macumba e do charm com gosto de champanhe que a pompagira nem sabe que me deu...
não duvido, vejo a insanidade não a tenho distante de mim. uma xícara, a fumaça, os pulmões, as garrafas, a lisergia, o doce, bala oxidando a realidade... qual ficará sem vir?
Você pode imaginar Ter olhos e não te ver? Eu te vejo sem te olhar! Ter voz e não te falar? Eu te falo sem você me escutar! Saber teus caminhos e não te acompanhar? Eu te acompanho sem você me notar! Ter ouvidos e não te escutar? Eu te ouço sem você me falar! Ter ar e não respirar? Eu te respiro como se fosses meu ar! Ter vida e não viver? Eu te vivo pra não morrer! Ter você sem te amar? Eu te amo sem te ter! É como ser feliz e Estar sempre a sofrer.
Meu nome é Akira Yamasaki e nesse espaço vou contar minhas histórias. Sou um poeta e agitador cultural nascido sob o signo maldito das insatisfações e das aflições inquietantes.
Carrego eternamente nos olhos embotados a dubiedade do meu coração inconstante e fantasmas descontentes arrastam correntes no meu noturno destino. Meu outro signo é a paixão que torna-me fraco, generoso e temente por aqueles por quem sou apaixonado.
Menino cheguei do interior do estado em 1964 na Curuçá - Itaim Paulista e desde então só tive dois endereços, a própria Curuçá e o Jardim das Oliveiras, onde moro desde 1975.
As indagas culturais entraram na minha vida em 1977 devido ao envolvimento com artistas da região de São Miguel e a fundação do Movimento Popular de Arte - o MPA, quando um rangido profundo realinhou as placas geológicas dos oceanos do meu cérebro, o tsunami pegou no tranco e comecei a escrever poesia e teatro como louco e a promover indagas como destino.
Nunca mais parei. Foi no MPA também que conheci Sueli Kimura, magra como um ramo espichado de sakura, japonesa de olhos indaquentos e inteligencia incômoda, beleza oriental de traços suaves e intrigantes. Paixão fatal e casamento.
paradoxos
ResponderExcluirpra nós dois
o tudo e o sempre
é pouco
o antes e o depois
é por enquanto
e ainda é aonde
e o distante
é mais junto
do que dentro
pra nós dois
o talvez é bastante
e quase é muito.
akira – 03/08/2011.
Obs: Odeio isso mas depois de postado o texto ontem, algumas palavras ficaram perambulando aos berros nos meus ouvidos, na mesma faixa de ondas sintonizada durante a construção do poema. Odeio isso mas fui obrigado a incluir uma terceira estrofe para completar o circuito espaço/tempo/relação.
akira - 04/08/2011.
ótima poesia, ótima revisão! Talvez é bastante! heheheh
ResponderExcluirParadoxo
ResponderExcluirEntre os pontos reversos
O inverso é presente
Entre o sim e o não
A emoção está ausente
Entre mim e você
Sobrou apenas incógnita
Estou num estado sem perceber
E o chamarei paradoxo
Entre o subir e o descer
Vai afunilando a visão
Entre o ser e o não ser
Fica sem resposta a questão.
Assis: 05/07/2011.
Meu Karo Akira,
ResponderExcluirNessa quarta, voce extrapolou!
Como num golpe de karatê desconhecido,
Voce tirou das entranhas, um feeling
E cravou um poema do caralho!!!!
Tomara que todos que o leiam, consigam ver o que eu ví.
Você é grande demais pro seu tamanho!
Um abraço
Seu amigo Zezão.
(em tempo) Mando um abraço pra Sueli.
quarta-feira, 3 de agosto de 2011.
paradoxos (2)
ResponderExcluirsinto medo da noite
o vazio me assusta
gosto da rua augusta
onde buzina é acoite
ando a pé na rua
para saber se estou vivo
aqui, ali, lá, um silvo
sou silva no mundo da lua
busco sinergia atoa
devia me recolher a um sopé
como um monge do tibet
no silnecio que ecoa
gasto o tempo sem pressa
como notas de valor real
pois ele é o meu máximo virtual
bolsa de valores avessa.
sacha arcanjo (aos 040811)
Paradoxos 2
ResponderExcluirParado arado
pra nós dois
a água e a terra
são ocos
o antes e o depois
o ar e o fogo
são carroséis
e o distante
a ponte e o túnel
são amantes
pra nós dois
o velho e o novo
são girassóis.
Ivanildo Lima
SP/04/08/2011
Para ortodoxos
ResponderExcluirpara você foi um distúrbio
para mim, delinquente,
o sonho que virou tudo:
medo do pra sempre
fatalismo, cortes e correntes
pescoço, álcool, novidade
iodo, isqueiro, querosene
e um banho às três da matina
um sonho, essa nova menina,
uma corrida, elevadores,
rock and roll
na minha cama,
ninguém mais, ninguém menos,
que cláudia ohana
no dia seguinte, no mês seguinte
a praça da minha rua
um pedido de gente nua
uma conjuntivite
e a certeza que eu desconfiava:
pneumonia seguida de bronquite,
três cigarros por dia,
menos de um maço por semana
cloridrato de sertralina
maleato de dexclorfeniramina
claritromicina e um santo,
dai-me, dai-me, dai-me,
insistia ela e pedia com mais
vontade.
tá, tudo bem (?)
não, não sei, nunca usei
nunca quis
dipirona? sim, de lei.
quarenta gotas a cada três horas
ou três gotas a quarenta por hora?
e quem disse que você é que controla?
quem diz o que pensa ser real?
dá um medo de se passar por mentiroso
medo dos infernos, medo da eternidade
que nunca existiu
medo da macumba e do charm
com gosto de champanhe que a pompagira
nem sabe que me deu...
não duvido, vejo a insanidade
não a tenho distante de mim.
uma xícara, a fumaça, os pulmões,
as garrafas, a lisergia, o doce,
bala oxidando a realidade...
qual ficará sem vir?
Tiago Araújo – 06/08/2011.
Paradoxos
ResponderExcluirVocê pode imaginar
Ter olhos e não te ver?
Eu te vejo sem te olhar!
Ter voz e não te falar?
Eu te falo sem você me escutar!
Saber teus caminhos e não te acompanhar?
Eu te acompanho sem você me notar!
Ter ouvidos e não te escutar?
Eu te ouço sem você me falar!
Ter ar e não respirar?
Eu te respiro como se fosses meu ar!
Ter vida e não viver?
Eu te vivo pra não morrer!
Ter você sem te amar?
Eu te amo sem te ter!
É como ser feliz e
Estar sempre a sofrer.
15/12/1988
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