meu rosto tem infinitos nós
como na voz de um ator
de teatro nô
cada nó é a máscara
de um pesadelo perverso
atos de dor e medo
que passaram por mim
cada nó é a aparência
do momento de uma perda
sonhos e lemas fracassados
uns sobre os outros
cada nó é o disfarce
de um demônio à solta
na minha manhã
meu rosto quer paz
mas o vento dos destinos
nunca descansa
akira – 28/06/2013.
sábado, 29 de junho de 2013
Ceciro Cordeiro, no 14º Sarau da Casa Amarela
cantando “estava quase conseguindo
ser feliz”, de sua
autoria, ceciro cordeiro também
participou do 14º sarau
da casa amarela que homenageou éder lima,
Carlos
moreira e lígia regina. as imagens foram
captadas pela
maquineta rúbia e destemida do audacioso facínora big
charlie, uma espécie de galante delinqüente que rouba
dos ricos para distribuir aos pobres.
Sem partidos
o partido dos sem partidos
é oportunista e pragmático
não discute sexo dos anjos
e organiza-se numa piscada
suas propostas são vagas
desprovidas de conteúdo
mas cativantes, sedutoras
maquiadas de relevância
e de fácil entendimento
são repetidas à exaustão
através palavras de ordem
lobo em pele de cordeiro
sempre que é conveniente
traveste-se de esquerda
de centro e até de direita
se autofagia se necessário
alimenta-se de si mesmo
e berra nas manifestações:
- sem partido, sem partido
canto de sereia para atrair
toda sorte de ressentidos
juventudes descontentes
hordas de inocentes úteis
laranjas e testas de ferro
para atingir seu objetivo
de se tornar partido único
akira – 23/06/2013.
é oportunista e pragmático
não discute sexo dos anjos
e organiza-se numa piscada
suas propostas são vagas
desprovidas de conteúdo
mas cativantes, sedutoras
maquiadas de relevância
e de fácil entendimento
são repetidas à exaustão
através palavras de ordem
lobo em pele de cordeiro
sempre que é conveniente
traveste-se de esquerda
de centro e até de direita
se autofagia se necessário
alimenta-se de si mesmo
e berra nas manifestações:
- sem partido, sem partido
canto de sereia para atrair
toda sorte de ressentidos
juventudes descontentes
hordas de inocentes úteis
laranjas e testas de ferro
para atingir seu objetivo
de se tornar partido único
akira – 23/06/2013.
14º Sarau da Casa Amarela, por Éder Vicente
O Akira, o kara, diz generosamente
em sua resenha
sobre a abertura do 14º
sarau da Casa Amarela que
viu de olhos fechados a certa altura, o som do sax,
parte de mim, e da voz de
“riacho cristalino”, da
Ligia, parte de nós,
anunciar aos “quatro ventos das
ruas de São Miguel” que a
poesia teria feito morada
na Casa Amarela. Não vejo
figuras de linguagem
nessa imagem.
Principalmente pelo fato de
compreender que toda
palavra que sai da boca do
poeta, e que todo som que
sai da voz-instrumento,
ou do instrumento-voz se
torna poesia ao se
descortinar ou se fazer
desvelar num instante
acontecimento.
O filosofo poeta obscuro
morador da floresta e seus
caminhos e descaminhos
diria que a arte ao desvelar-
se faz acontecer a
verdade! Verdade não absoluta,
não dogmática, não cientifica,
não positivista, não
racionalista, mas que
nasce no espírito humano do
artista em sua relação com
o mundo. Assim como
Carlos Moreira num momento
de encantamento –
“com o fogo roubado dos
deuses (…) com a loucura
necessária (…) com a chama,
já lhe tocado os dedos
os olhos a língua... nos
permitiu que fossemos
tocados. Todos. Nós (Eder
e Ligia), o Claudio Gomes,
o João Caetano, o Zezão, o
Escobar, a Sueli, as Celias
(Ribeiro e Yamazaki) o
Gilberto Brás, o Big Charlie, o
Silvio Araújo, o Silvio
Kono, o Quinho, o Ceciro
Cordeiro, o Gueguê, enfim,
todos. Os que carregam a
mesma ânsia. Mesmo desejo.
Mesma vontade de se
banhar nas águas vivas da
cachoeira da justiça.
E por falar em justiça,
creio que se o Akira Yamasaki,
dono das mais lindas sagas
poéticas não tivesse nos
olhado nos olhos (meu e da
Ligia) com aquela luz que
escapa em suas ondas
quânticas e não nos tivesse
impregnado com sua
verdade, talvez não tivéssemos
nos permitido à abertura
dos véus. Talvez nossa
singela musica não tivesse
escapado e alçado vôos
rasantes por sobre a Casa
Amarela do mundo. Eliot,
com sua permissão: “O que
podia ter sido e o que foi
tendem para um só fim, que
é sempre presente.”
Éder Vicente.
domingo, 23 de junho de 2013
Pressentimento
nessa primeira manhã
de sábado de inverno
o sol é claro
e ameno, o vento
corro os olhos pelas redes
e as partes preparam armas
embustes e barricadas
para o vil combate entre irmãos
pressinto a proximidade
de tempos duros e infames
que já vi em outros filmes
meu coração se aperta
na vala do temor
akira – 22/06/2013.
de sábado de inverno
o sol é claro
e ameno, o vento
corro os olhos pelas redes
e as partes preparam armas
embustes e barricadas
para o vil combate entre irmãos
pressinto a proximidade
de tempos duros e infames
que já vi em outros filmes
meu coração se aperta
na vala do temor
akira – 22/06/2013.
Treze aos quinze
eu tinha uns quinze anos na curuçá véia dos
meus primeiros enganos. depois de me achar
caído na rua, mais bêbado que um gambá e
de me levar para casa num carrinho destes
de pedreiro, de me dar banho e me colocar
na cama, pela vigésima vez mais ou menos,
minha mãe desistiu de mim: esse é treze de
pedra e não tem cura, de hoje em diante só
vou amá-lo e que seja o que deus quiser
akira – 21/06/2013.
meus primeiros enganos. depois de me achar
caído na rua, mais bêbado que um gambá e
de me levar para casa num carrinho destes
de pedreiro, de me dar banho e me colocar
na cama, pela vigésima vez mais ou menos,
minha mãe desistiu de mim: esse é treze de
pedra e não tem cura, de hoje em diante só
vou amá-lo e que seja o que deus quiser
akira – 21/06/2013.
volver
direita, volver
esquerda, volver
centro, volver
democracia, puta véia:
- sentido!
akira – 21/07/2013
esquerda, volver
centro, volver
democracia, puta véia:
- sentido!
akira – 21/07/2013
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