segunda-feira, 21 de agosto de 2017
poema / presente que ganhei de monique franco
Mais uma vez Akira ou felizidade
ontem dormi com Akira
estava frio e me esquentou
fiquei me aquecendo nas letras, rimas, sinas
que tão bem ele revelou
Oliveira Blues
o céu azul estrelou
estava frio e me esquentou
fiquei me aquecendo nas letras, rimas, sinas
que tão bem ele revelou
Oliveira Blues
o céu azul estrelou
quando acordei dei por mim
cantarolando alegria
mesmo que quase um fado
por vezes quase um fardo
do poema se ouvia
mas eu sabia
era assim
que com mestre se aprendia
fazer da vida sublime poesia.
cantarolando alegria
mesmo que quase um fado
por vezes quase um fardo
do poema se ouvia
mas eu sabia
era assim
que com mestre se aprendia
fazer da vida sublime poesia.
Monique Franco, poema escrito após a leitura de ´Oliveira Blues`, maio de 2017
poema / presente de aniversário que ganhei de wander porto
___ AKIRA ___
(Uma cantiga para Akira)
(Uma cantiga para Akira)
I-
Dentro do novo,
De pipas e gudes,
Ingênuo,
Vai o akira,
Criança audaz
Que o susto da vida,
Feroz,
Insiste em parar:
-Na infância,
Uma mochila de labaredas;
De pipas e gudes,
Ingênuo,
Vai o akira,
Criança audaz
Que o susto da vida,
Feroz,
Insiste em parar:
-Na infância,
Uma mochila de labaredas;
II-
Dentro dos olhos
De meios e metas,
Valente,
Vai o akira
Menino rapaz
Que o medo da vida,
Algoz,
Insiste em roubar:
-Nos ombros
Uma mochila de audácias;
De meios e metas,
Valente,
Vai o akira
Menino rapaz
Que o medo da vida,
Algoz,
Insiste em roubar:
-Nos ombros
Uma mochila de audácias;
III-
Dentro do tempo
De perdas e ganhos,
Composto,
Vai o akira
Homem capaz
Que a chave da vida,
Mordaz,
Insiste em trancar:
-No coração
Uma mochila de espantos;
De perdas e ganhos,
Composto,
Vai o akira
Homem capaz
Que a chave da vida,
Mordaz,
Insiste em trancar:
-No coração
Uma mochila de espantos;
IV-
Dentro da verve
De verbos e vozes
Crédulo,
Vai o akira
Poeta loquaz
Que o revés da vida,
Atroz,
Insiste em calar:
-Nos versos
Uma mochila de revoltas;
De verbos e vozes
Crédulo,
Vai o akira
Poeta loquaz
Que o revés da vida,
Atroz,
Insiste em calar:
-Nos versos
Uma mochila de revoltas;
IV-
Invisível
Como sutura de ar
Trespassando a vida
E unindo as carnes,
Viaja o akira
No comboio das quimeras
Que o cotidiano da vida,
Falaz,
Insiste em brecar:
-Nos olhos
Uma mochila de incêndios;
Como sutura de ar
Trespassando a vida
E unindo as carnes,
Viaja o akira
No comboio das quimeras
Que o cotidiano da vida,
Falaz,
Insiste em brecar:
-Nos olhos
Uma mochila de incêndios;
V-
-Eis que o poeta akira
Escreve um verso de asas!-
Escreve um verso de asas!-
VI-
E fazendo das léguas
Estradas de nós,
E fazendo das mágoas
Oceanos de voz,
Convoca a todos,
E todos chegados
Ensina-nos a voar,
Voar na frente,
Voar lá atrás,
Voar juntos,
Voar cantando atrelados
Um canto infinito
Que só o Finito nos traz.
Estradas de nós,
E fazendo das mágoas
Oceanos de voz,
Convoca a todos,
E todos chegados
Ensina-nos a voar,
Voar na frente,
Voar lá atrás,
Voar juntos,
Voar cantando atrelados
Um canto infinito
Que só o Finito nos traz.
wander porto - 08/08/2017.
puruba 4
estamos sós
temos um ao outro
e em comum lembranças navalhas
impiedosamente cortantes
dentro dos nossos olhos
temos um ao outro
e em comum lembranças navalhas
impiedosamente cortantes
dentro dos nossos olhos
estamos sós
temos um ao outro
e em comum o destino deste rio
que atravessa o sertão para acasalar
com outro rio diante do mar
temos um ao outro
e em comum o destino deste rio
que atravessa o sertão para acasalar
com outro rio diante do mar
estamos sós
temos um ao outro
e em comum as manhãs e noites
desse tempo de matanças que o capitalismo
promove como política estratégica de extermínio
para preservação do status quo dos que estão
no topo da cadeia alimentar
temos um ao outro
e em comum as manhãs e noites
desse tempo de matanças que o capitalismo
promove como política estratégica de extermínio
para preservação do status quo dos que estão
no topo da cadeia alimentar
estamos sós
temos um ao outro
e em comum a floresta escura e imensa
com seus caminhos que contém
a sabedoria do mundo
que teremos que decifrar sozinhos
com nossos pés feridos e inchados
temos um ao outro
e em comum a floresta escura e imensa
com seus caminhos que contém
a sabedoria do mundo
que teremos que decifrar sozinhos
com nossos pés feridos e inchados
akira - 29/07/2017.
nenhuma palavra
tudo calado
tudo fechado
nenhuma luz
tudo fechado
nenhuma luz
tudo inerte
tudo em branco
nenhum caminho
tudo em branco
nenhum caminho
tudo deserto
tudo vazio
nenhuma palavra
tudo vazio
nenhuma palavra
nada dentro
nada fora
nenhuma palavra
nada fora
nenhuma palavra
nenhuma palavra
nenhuma palavra
nenhuma palavra
nenhuma palavra
nenhuma palavra
akira - 26/07/2017.
(p/ daniel lopes, autor do romance "no céu com diamantes",
um dos livros mais foda que li nos últimos tempos)
mais um último domingo
um passe de cada vez
um drible de cada vez
um gol de cada vez
um drible de cada vez
um gol de cada vez
uma alegria de cada vez
um abraço de cada vez
uma cerveja de cada vez
um abraço de cada vez
uma cerveja de cada vez
uma vida de cada vez
uma morte de cada vez
um domingo de cada vez
uma morte de cada vez
um domingo de cada vez
akira - 23/07/2017.
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