sábado, 22 de julho de 2017

noite de luar


eu me perdi certa noite
no mar negro do seu olhar
nunca mais me encontrei
nunca mais quis voltar
me perdi para sempre
era noite de luar
caí um dia num riacho
faltou isso pra me afogar
não sou peixe nem navio
peguei trauma do mar
peguei medo da água
era noite de luar
eu não sou marinheiro
eu não sei nadar
eu não sou marinheiro
tenho medo de amar
akira – 08/07/2017.

57º sarau da casa amarela

cada sarau da casa amarela
é um acontecimento único e especial
que tem a peculiaridade de nunca se repetir
quantos saraus ocorram novamente
sempre fiel ao seu lema e conceito 
de celebração da arte, emoção e amizade
só para constar
domingo tem sarau da casa amarela
e quem vier será bentivindo


akira yamasaki no amparo literário


Com muita honra e orgulho, o "Sarau Simpósio de Artes Integradas - Amparo Literário" anuncia a vinda de Akira Yamasaki, um poeta mor, referência do circuito cultural brasileiro e não demorará para ter reconhecimento mundial entre os grandes nomes da poesia universal.
Grande ativista cultural, morador do bairro do Itaim Paulista, extremo leste de sampa, desde 1964, vindo de Osvaldo Cruz, cidade do interior paulista, onde nasceu em 08 de agosto de 1952, Akira, em 1978, foi um dos idealizadores e membro atuante do "MPA – Movimento Popular de Arte de São Miguel Paulista", movimento de resistência cultural que impulsionou decisivamente o desenvolvimento artístico e cultural do bairro até o ano de 1986. Nessa época também, participou da criação e atuou no "Núcleo Teatral Periferida". Já na Cia de Trens Metropolitanos de São Paulo - Metrô, onde trabalhou no período de 1987a 2017, idealizou e respondeu pelo projeto metroclube, que desenvolve atividades artísticas, culturais, recreativas e esportivas tendo como público alvo, metroviários e familiares. 

Akira também é membro atuante do ipedesh – instituto de pesquisa e desenvolvimento social e humano, idealizou e desenvolve o projeto memória musical e literária que tem por objetivo registrar em formatos de cd's, livros, vídeos e etc., obras de artistas desconhecido do grande público, da região de são miguel paulista.

No ano de 2011, o poeta foi um dos idealizadores e fundadores do "A casa Amarela - Espaço Cultural", espaço independente que desenvolve várias ações culturais, tais como, saraus, oficinas literárias, apresentações musicais e teatrais, palestras, debates e outros, para a população de São Miguel e arredores.

Humilde, Akira se define como um “bom poeta ruim”, sua poesia reflete o cotidiano da periferia e discute o homem simples e esmagado pelo anonimato na grande cidade. Assim, por conta desse viés, publicou em 2012 o seu primeiro livro/cd, o "bentevi, itaim" e agora em 2017 está lançando o segundo, o "Oliveiras Blues". - Uoooow!!!! - Imperdível! - 08 de julho de 2017.

Texto oficial: Akira Yamasaki, com um ou outro adendo pertinente de Alba Atróz.

domingo, 2 de julho de 2017

mariana


lembro mariana
no coice da rua
no meio da noite
totalmente nua
lembro mariana
no esgoto da rua
o banho noturno
no coice da lua
pobre mariana
a louca da rua
no coice da noite
se banhando nua
pobre mariana
na vala nua e crua
de vela minguava
demente a lua
akira - 01/07/2017.

sábado, 1 de julho de 2017

vira latas


um vira latas
de apenas três patas
me persegue feroz
seus dentes são raivosos
assim que ele me vê
pelas ruas do oliveiras
me ataca como se eu fosse
o culpado por sua sina
como se eu fosse
um sonho que passou
feito pássaro pelo tempo
que nunca existiu

sombras


tudo é ditadura
do fim nascido no começo
minha ternura mastiga
cabrestos ensanguentados
não há portas nem janelas
não há como ir nem voltar
pesada demais é a sina
de ter sombras nas mãos
a solidão é mar vasto
no deserto do meu rosto
suicida potencial nessa noite
minha palavra corre perigo
a morte mora no sonho
dos loucos e das crianças
só levanto voo depois
que o sangue coagula
akira - 25/06/2017.
(para fabiano sorbara)

ganhei um presente de rosinha morais


(para Akira Yamasaki)

Japa, meu compadre
Que cantos entoam
Os teus bentivis
Quando visitam
A periferia de ti?

Japa, meu irmão
Que grito ecoa
Da tua garganta
Quando tudo indica
Não haver salvação?

Japa, meu amigo
Quando nos teus pés
Brotam espinhos
É possível
Mudar os caminhos?

Rosinha Morais