sábado, 8 de novembro de 2014

euflávio


euflávio góis realizou uma exposição de esculturas
em madeira na casa amarela no período de julho a
outubro de 2014, na casa amarela, que teve ontem
o seu encerramento. uma exposição de esculturas
impressionantes e impactantes, obras que recriam
na madeira seca a dureza e o sofrimento do homem
brasileiro. só de pensar que euflávio migrou menino
ainda para sampa vindo do sertão da bahia - sou o
último pau de arara, ele costuma dizer, e aqui fez de
tudo para sobreviver, dentre outras coisas trabalhou
como metalúrgico e monitor da fundação casa até
se aposentar. só de pensar que euflávio foi aprender
escultura aos sessenta e poesia aos setenta anos
de idade não tenho dúvidas em afirmar que tenho a
maior admiração por ele e o maior orgulho por ter a
sua amizade que é recente mas já é um afeto caro
e emocionante. obrigado, euflávio, aceite um grande
abraço do akira, meu compadre.


akira - 13/10/2014.

carlos


se ficarmos
sem respirar
apenas morremos

se não tivermos
carlos moreira
não vivemos


akira - 10/10/2014.

aí vem o 28º sarau da casa amarela


dias iguais


estou preparando o meu novo livro/cd que vai
se chamar "oliveiras blues", e deverá ser lançado
no 1º semestre de 2015. para composição deste
trabalho será gravado um cd pelos meus amigos
e comparsas "cabras de baquirivú", com poemas
meus musicados por diversos músicos que
cruzaram e partilham a minha senda e destino.
o arrepiante blues a seguir é uma parceria com
meu compadre josé carlos guerreiro que estará
no repertório de "oliveiras blues"

dias iguais

música: josé carlos guerreiro
letra: akira yamasaki
com: cabras de baquirivú

quando na noite profunda
meu coração está cansado
e minha alma sem salvação
devorada pelo silencio jaz

deito no travesseiro a cabeça
e de olhos fechados projeto
em câmera lenta os filmes
dos meus dias sempre iguais

afirmo que fiz tudo que pude
mastigo perdas e fracassos
as mesmas pequenas alegrias
inúteis, desprezíveis e banais

pois que a sina que cumpro
é de pássaro e não de cais
é de vento e não de pedra
é de guerra e não é de paz

akira – 12/09/2013.

nunca vou esquecer hoje (31)

Não consigo pensar em Akira Yamasaki sem lembrar ou 
associá-lo à Casa Amarela. Não consigo entender Akira 
sem seus amigos, seu bairro; impossível como pensar 
um samurai sem sua espada - nesse caso a poesia 
cortante e milenar do amigo. Diante de tantas 
homenagens que o mestre samurai recebeu, não podia 
me calar (ainda vivendo cá o meu auto exílio), e fica 
portanto, minha pequena, mas sincera homenagem à 
Casa desse homem maior que tudo.

Marcelo Adifa.
 

a gripe, por gilberto braz


contaminei gilberto braz e todos os meus amigos
com a minha gripe pavorosa. sou assim mesmo: não
basta ser amigo - tem que ser solidário até na gripe.

A gripe

Primeiro ela
derrubou o bom japa
por semana e meia
o samurai de São Miguel
lutou contra calafrios
e suadouros
que ensoparam
até o seu perfil no feice
Sábado passado
apesar do resquício
Foi honrar compromisso
o samurai
No sarau da Maria
Trouxe-a consigo
enfraquecida pelos antibióticos
No abraço fraterno
deixou-a comigo.
Sem problemas,
ainda que seja uma gripe
vindo dos baitas
não deixa de ser uma honra

Gilberto Braz.

de penetra na foto dos kabras de bakirivú


foto histórica no sarau da maria de 27/09, e eu
de penetra no instante fecundo. de penetra, não,
porque agora virei compositor dos cabras.