domingo, 11 de maio de 2014

ganhei de seh m pereira


Para Akira Yamasaki
.
.
PASÁRGADA
Seh M. PEREIRA
.
.
.
.

Asa quebrada na minha frente,
passo

por cima..!
Sem medo

de bico..
Voo

sem pedir esmola..!

Ame

ou apedreje-me..
Sou passarinho

que come pedra..!

Voar
pra não chegar..?

Esquece..!

Só quero minha rota de fuga livre..

blablablá da casa amarela com tião soares


TIÃO SOARES, mestre em educação, doutorado em Ciências Sociais, pós-graduado em Gestão e Políticas Culturais, vice presidente e fundador do Fórum para as Culturas Populares e Tradicionais, Presidente e Fundador da Associação Barracões Culturais da Cidadania, Coordenador de Cultura e Relações Institucionais da Fundação Tide Setubal (2006-2011), Secretário de Cultura de Itapecerica da Serra (1997-2004); ganhou os seguintes prêmios nacionais: Gestão e Cidadania (FGV/Fundação Ford e BNDES); Itau/UNICEF (muitos Lugares para aprender); Prêmio Betinho, Atitude Cidadã (IBASE/FASE) e indicação para Premio Cidadão Sustentável da Cultura 2012, entre outros.
Com este notável currículo, podemos imaginar o que nos espera em seus depoimentos durante o Blablablá de sábado que vem na Casa Amarela. 


Escobar Franelas.

estiagem


estiagem brutal
pior que no sistema
cantareira da sabesp

estiagem hostil
céu de brigadeiro
nenhuma nuvem

vários dias a seco
não chove um verso
um mísero versinho
na minha horta


akira - 24/04/2014.

blablablá da casa amarela de abril lanla livro do mcp - movimento cultural da penha



Lançamento do livro Movimentações pela Cultura, no próximo sábado (26/04) a partir das 16h, rua Julião Pereira Machado, 07 em São Miguel Paulista, na Casa Amarela.
Roda de debates sobre produção cultural no ambiente periférico. Tema deste mês do Blablablá: Movimentos Culturais na Periferia". Convidados: Movimento Cultural Penha, Tião Soares e Almir Bispo.

almir bispo no blablablá da casa amarela de abril



hoje vou falar de um cara chamado almir bispo, que
além de imenso poeta e dramaturgo genial é diretor
de teatro da raça dos baitas, embora meio afastado
destas artes ultimamente, mas principalmente é um
lendário ativista cultural do itaim paulista, bairro do
extremo leste de sampa, onde construiu e cumpriu
um papel definitivo para mudar para sempre a face
da arte e da cultura na região. falar de almir bispo é
chover no molhado de uma extensa ficha de serviços
prestados para o desenvolvimento cultural de uma
região onde o braço omisso do poder público nunca
chega com ações políticas efetivas. por exemplo: em
1980 almir criou com alguns amigos do bairro um
grupo de teatro que fez história e resistiu até 1988,
o “semente a”, onde ele montou três inesquecíveis
espetáculos de sua autoria, a saber, o “tempo dos
homens sem tempo”, o “shopping center life” e o
“anormalidade do apocalipse”. por exemplo: junto
com alguns amigos do itaim paulista, almir criou em
1983 e liderou até 1989, um movimento cultural na
região, o espaço aberto para o desenvolvimento
cultural - eadec, que promoveu na época poderosa
mobilização popular no bairro que culminou com a
implantação pela prefeitura do centro cultural do
itaim paulista. acho que estes dois exemplos são o
bastante para identificar um dos caras que estarão
no blábláblá da casa amarela no sábado que vem –
26/04/2014, a partir das 16h para falar de um tema
comum a todos nós, o “movimentos culturais na
periferia nos anos oitenta”. já que a casa amarela
você sabe onde é: rua julião pereira machado, nº 07,
são miguel paulista (pertinho da sabesp), então você
não tem mais motivos para não aparecer. venha sim,
quem vier será bentivindo. divulgue e compartilhe.

akira – 22/04/2014.
 

sarau da casa amarela de abril, por escobar franelas


Uma crônica amarela

Pensei em iniciar esse texto falando bem do Akira, da Casa Amarela ou do Vlado Lima. Talvez do grupo Ururaí ou um dos convidados do Sarau de abril da Casa Amarela. Pensei em escrever lembrando que não pude participar, pois estava ocupado com as questões de produção do cd do mesmo sarau, que está em fase de produção. Pensei em mil justificativas ou conjeturas, o que dá na mesma: vou acabar falando do que não vi, apenas ouvi. Intuo que este texto vai sair melhor (ou pior, como queiram!) do que tentei. Bem, vamos lá!
Segundo o dicionário virtual Priberam (http://www.priberam.pt/dlpo/sarau), sarau é um substantivo masculino e significa “festa .noturna em que há dança, música, canto, etc”. Só isso? Não pode ser. O dicionário, que tanto tem me ajudado nessas décadas todas com minhas práticas, ainda assim às vezes torna-se frio e insensível ao sangue que forra minhas veias por dentro. Se alguém quiser adicionar um pouco mais de tempero, de alma, de experiência viva nessas linhas dicionáricas, que seja um ser menos “quadrado”, mais chegado a uns bons goles, ou algo que tire seus pés do chão bruto. Que, antes de escrever qualquer linha a partir do “pai dos burros”, que passe um domingo na Casa Amarela – Espaço Cultural. Depois, sim, pode-se meter à besta em escrever. E se escrever mal, estará perdoado, terá sido por conta dos excesso dominicais naquele templo onde se celebra a deusa Poesia.
Foi lá que no domingo último pude conhecer a obra sarcástica e carregada nas tintas dos pecadilhos (primo0irmão do trocadilho), do cantor, poeta, apresentador e mestre de cerimônia (sem cerimônias) Vlado Lima.
Ele, acompanhado de Edu Tiba (trompete), fez que fez, inventou, riu, cantou, declamou. Apropriou, mentiu, trovejou. Riu, provocou, serenou. Fez mais, diz que compôs, fez que fez, até me encoxou. Mas depois de fazer todo mundo rir à beça com o humor, o lirismo e a ironia fina, cedeu lugar para as aves canoras de São Miguel, de Baquirivu: o grupo Ururaí (Ojana Gouveia, Ademar, Celina Sales, Mauro Paes, Érika Porto, Cida Camargo, Janete Amaral), é justo dizer, seqüestrou todos os meus sentidos, todos os sentidos de todos.
Deixou-nos atônitos, sem chão para pouso. E se posso viajar nas idéias sem medo de ser e fazer-se feliz, afirmo que nesses anos todos de residência na Casa Amarela, ouvir Ururaí foi uma das experiências sensoriais mais avassaladoras que tive. Um primor para os ouvidos, um espetáculo para a alma. Transcendente.
Após essa elevação dantesca ao paraíso, eis que somos tomados pelos braços pelo leme seguro do mestre Akira e recebemos mais lufadas poéticas e musicais de Terê Cordeiro, Ojana Gouveia, Yuri Cortez, João Caetano, Paulinho dhi Andrade, Alexandre Santo, Manogon, Ligia Regina e Eder Lima, Sandra Frietha, Luiz Flávio, Cida Camargo e Ademar, Luka Magalhães, Celina Sales, Zulu de Arrebatá, Santiago Dias, Inácio Fitas, Guilherme Maurelli, Cicio Bonneges, Ricardo Soares, Carlos Bacelar, Ronaldo Ferro mais trio (Loucas Moura, no violão, Gabriel Moura, no carron e Gabriel Tavares no baixo), Seh M. Pereira e Paulo Gonçalves.
E se Seh trouxe lá das “Minas Geraes” a arca do tesouro abarrotada com o ouro da poeta Adriane Garcia, Fábulas Pra Adulto Perder o Sono (ganhador do Prêmio Paraná de Literatura-2013, categoria Poesia), e se Vlado relançava Pop Para-Choque (vendeu a dúzia de exemplares que trouxe logo na primeira meia-hora de evento), e se tudo isso que relato foi só de orelhada, ocupado que estava lá no fundão, então, cuidemos, louvemos, oremos, rezemos pelos nossos ouvidos e todos os outros órgãos de sentido. Pra que continuemos a ser presenteados com a graça da boa companhia, boa e inspirada companhia.

Escobar Franelas



Uma crônica amarela

Pensei em iniciar esse texto falando bem do Akira, da Casa Amarela ou do Vlado Lima. Talvez do grupo Ururaí ou um dos convidados do Sarau de abril da Casa Amarela. Pensei em escrever lembrando que não pude participar, pois estava ocupado com as questões de produção do cd do mesmo sarau, que está em fase de produção. Pensei em mil justificativas ou conjeturas, o que dá na mesma: vou acabar falando do que não vi, apenas ouvi. Intuo que este texto vai sair melhor (ou pior, como queiram!) do que tentei. Bem, vamos lá!
Segundo o dicionário virtual Priberam (http://www.priberam.pt/dlpo/sarau), sarau é um substantivo masculino e significa “festa .noturna em que há dança, música, canto, etc”. Só isso? Não pode ser. O dicionário, que tanto tem me ajudado nessas décadas todas com minhas práticas, ainda assim às vezes torna-se frio e insensível ao sangue que forra minhas veias por dentro. Se alguém quiser adicionar um pouco mais de tempero, de alma, de experiência viva nessas linhas dicionáricas, que seja um ser menos “quadrado”, mais chegado a uns bons goles, ou algo que tire seus pés do chão bruto. Que, antes de escrever qualquer linha a partir do “pai dos burros”, que passe um domingo na Casa Amarela – Espaço Cultural. Depois, sim, pode-se meter à besta em escrever. E se escrever mal, estará perdoado, terá sido por conta dos excesso dominicais naquele templo onde se celebra a deusa Poesia.
Foi lá que no domingo último pude conhecer a obra sarcástica e carregada nas tintas dos pecadilhos (primo0irmão do trocadilho), do cantor, poeta, apresentador e mestre de cerimônia (sem cerimônias) Vlado Lima.
Ele, acompanhado de Edu Tiba (trompete), fez que fez, inventou, riu, cantou, declamou. Apropriou, mentiu, trovejou. Riu, provocou, serenou. Fez mais, diz que compôs, fez que fez, até me encoxou. Mas depois de fazer todo mundo rir à beça com o humor, o lirismo e a ironia fina, cedeu lugar para as aves canoras de São Miguel, de Baquirivu: o grupo Ururaí (Ojana Gouveia, Ademar, Celina Sales, Mauro Paes, Érika Porto, Cida Camargo, Janete Amaral), é justo dizer, seqüestrou todos os meus sentidos, todos os sentidos de todos.
Deixou-nos atônitos, sem chão para pouso. E se posso viajar nas idéias sem medo de ser e fazer-se feliz, afirmo que nesses anos todos de residência na Casa Amarela, ouvir Ururaí foi uma das experiências sensoriais mais avassaladoras que tive. Um primor para os ouvidos, um espetáculo para a alma. Transcendente.
Após essa elevação dantesca ao paraíso, eis que somos tomados pelos braços pelo leme seguro do mestre Akira e recebemos mais lufadas poéticas e musicais de Terê Cordeiro, Ojana Gouveia, Yuri Cortez, João Caetano, Paulinho dhi Andrade, Alexandre Santo, Manogon, Ligia Regina e Eder Lima, Sandra Frietha, Luiz Flávio, Cida Camargo e Ademar, Luka Magalhães, Celina Sales, Zulu de Arrebatá, Santiago Dias, Inácio Fitas, Guilherme Maurelli, Cicio Bonneges, Ricardo Soares, Carlos Bacelar, Ronaldo Ferro mais trio (Loucas Moura, no violão, Gabriel Moura, no carron e Gabriel Tavares no baixo), Seh M. Pereira e Paulo Gonçalves.
E se Seh trouxe lá das “Minas Geraes” a arca do tesouro abarrotada com o ouro da poeta Adriane Garcia, Fábulas Pra Adulto Perder o Sono (ganhador do Prêmio Paraná de Literatura-2013, categoria Poesia), e se Vlado relançava Pop Para-Choque (vendeu a dúzia de exemplares que trouxe logo na primeira meia-hora de evento), e se tudo isso que relato foi só de orelhada, ocupado que estava lá no fundão, então, cuidemos, louvemos, oremos, rezemos pelos nossos ouvidos e todos os outros órgãos de sentido. Pra que continuemos a ser presenteados com a graça da boa companhia, boa e inspirada companhia.

Escobar Franelas.

sarau da casa amarela de abril, uma resenha de andréia gomes


No dia 13/04 aconteceu mais um SARAU na Casa Amarela que é um Espaço Cultural localizado em São Miguel Paulista.
A Casa Amarela tornou-se um ambiente diferenciado pela sua busca constante em promover eventos com qualidade, rico em conteúdo e bom senso.
O homenageado do respectivo evento foi  Vlado  Lima, músico e autor do livro de poemas Pop Para-Choque. Vlado Lima é conhecido pelo seu jeito irreverente e descontraído de ser, que envolve as pessoas num ambiente prazeroso de risos, cantos e alegria.
Crítico, ele conduz de uma forma sutil, todos ao seu redor a um embalo gostoso de sátiras e sarcasmos, porém, sem maldade no olhar e com muito carisma nos gestos.
Após apresentar sua obra como autor, Vlado Lima tocou e cantou acompanhado de Edu Tiba a música Ei Macoñero. Uma ilária e gostosa apresentação muito bem trabalhada pelos dois artisas, cuja qualificação tornou-se inquestionável.
Foi assim que, iniciou-se o sarau naquela tarde de domingo.
A partir daí, foi um show de talentos. Apresentaram o grupo musical URURAÍ, que encantou a todos com a excelência no canto, na postura, na simpatia e no talento nato expressado em cada um.
Akira Yamasaki, coordenador da Casa Amarela, escritor extremamente qualificado e de conduta impecável, escreveu em seu blog: “Ururaí é um lendário grupo musical vocal que existiu com várias formações no bairro do Itaim Paulista, no período de 1994 a 2012, quando deixou em seu rastro uma aura de encanto e deslumbramento com a música muito próxima do sublime que produzia. O Ururaí teve várias formações durante sua existência mas manteve sempre intacta a sua espinha dorsal formada por Ademar Silva - maestro, violinista e arranjador; Cida Camargo – cantora e professora de canto; Ojana Gouveia – violinista e cantora; Celina Sales – cantora e Marcos Medeiros, Erika Porto, Sueli Rocha e Janete Braga Od Larana, todos percussionistas e cantores. De origem indígena, Ururaí significa Rio dos Lagartos e era nome da aldeia que deu origem ao bairro de São Miguel Paulista”.
Enfim, a apresentação do Grupo Ururaí foi um presente para todos que ali os assistiam, por sua maestria, talento e história.
O sarau deu sequencia com os poetas, que fizeram homenagens e foram homenageados nas suas apresentações, vou destacar aqui dois marcantes poetas, não mais nem menos importantes que os demais, mas pelo impacto que a mim causou por ter um contato maior, são eles Paulino Dhi Andrade e o grande poeta que me encantou desde a sua primeira apresentação que pude assistir, Santiago Dias.
Paulinho Dhi Andrade se apresentou com um poema de sua autoria e o declamou com um entusiasmo que surpreendeu a todos. Foi uma mistura de força, ousadia, orgulho e amor pela escrita, digno de aplausos. Digo isso porque o poeta em questão, na maioria das vezes passa desapercebido pela sua característica sutil e observadora.
Já o poeta Santiago Dias me enche os olhos de alegria e prazer em ouvi-lo, com seu talento e experiência. Com muita humildade demonstra claramente que domina a arte e dessa forma encanta a todos. Sábias e expressivas palavras desperta verdadeiramente a emoção naqueles que o ouvem.
Desta forma o sarau deu sequencia com os músicos, aonde houve a apresentação do casal de artistas plásticos e músicos, Éder Lima e Ligia Regina. Casal este que, como sempre encanta a todos com seu talento e carisma.
Caminhando para a finalização do evento, convidaram para vir a frente Carlos Bacelar. Eu particularmente sou suspeita para tecer qualquer comentário porque o admiro-o tanto quanto pessoa como quanto profissional. De posse do seu violão selecionou em seu repertório riquíssimo músicas que deixaram todos os ouvintes embriagados pela canção. Dono de um talento nato e com arranjos impecáveis, disciplinado, calmo e observador sabe se colocar e alcançar o seu público com uma admirável maestria, e para valorizar ainda mais a situação, o grande músico Éder Lima se colocou a acompanhá-lo com sua flauta. Foi magnífico.
Por fim, outros mestres da música se apresentaram, também com muito talento e domínio da arte.
Não existe a menor possibilidade de finalizar essa nota sem mencionar os participantes do evento, que atentos acompanhavam a tudo com muita atenção e espontaneidade. Outro fato importante para mencionar são os responsáveis pela casa, atentos em recepcionar a todos com excelência e dedicação.

... e assim, fica o meu muito obrigada aos dirigentes da Casa Amarela por nos proporcionar momentos tão significativos de forma sóbria e ponderada.


Texto: Andréia Gomes
Fotos: Sueli Kimura