terça-feira, 2 de março de 2010

Que bom que você veio, Sacha.


Na madrugada incerta e nos arredores relativos do Bar do Wlad, no centro de Ermelino, vampiros sonolentos estreavam a primeira garoa paulistana de 2010, observando e medindo desinteressados, incautas jugulares que pulsavam suavemente etílicas. Que bom que você veio, Sacha, o chuvisco parecia sussurrar.
Já passava das quatro da manhã do sábado, 27/02, quando saí do bar, um pé depois do outro, os cabelos molhados pelo sereno e esgueirando-me por entre roqueiros e vampiros vestidos de preto, devidamente escoltado pelos anjos Sueli Kimura, Célia Cabelo e Sacha Arcanjo.
É verdade que eu estava melanciado ao extremo e esgotado pelo cansaço, mas de alma leve e lavada pela chuva do dever cumprido, voando na sensação de ter participado nos últimos quatro meses de um projeto essencial – o CD Sacha, 60.
Alguns gatos pingados renitentes ainda insistiam nas últimas saideiras, lembro vagamente de ter cumprimentado na saída o Jorge Gregório, o Raberuan e a Cláudia, o Edvaldo Santana, o Heron Alcântara e o Edsinho Tomaz enquanto procurava desesperado as chaves do carro. Lembro que haviam outros mas a minha memória não consegue fixar nome ou imagem de ninguém porque vai e vem como ondas do mar.
A ficha caiu no dia seguinte quando acordei e vi as fotos do evento salvas por Sueli Kimura. Elas revelaram que a Festa de Lançamento do CD Sacha, 60, foi um momento raro de integração que celebrou a amizade e a alegria por meio da história de um poeta genial que chegou em São Miguel Paulista há quarenta anos atrás, vindo da Bahia, para plantar aqui a semente de um dos mais importantes movimentos de arte e cultura popular desse país.
Que bom que você veio, Sacha, as fotos parecem gritar.

Akira Yamasaki.

Um comentário:

  1. Que bom, que bom, que bom!!!!

    Que bom que vocês vieram, que bom o MPA, que bom que eu fui até o Wlad, que bom - sempre - ver vocês, que bom essa magia, que bom esse link, que bom essa poesia, que bom essa música, que bom essa memória, que bom, que bom que booooommmmmmmmmmm!!!!!!!!!!!!!!!

    abraços Akira Yama (aliás, pesuisando o significado de Yama, descobri 5 definições para esse que é um dos princípios básicos do hinduísmo - mesmo você sendo nissei rsrs -, e entre elas, selecionei alguns trechos que achei muito parecidos contigos. Alguns deles:

    1. Ahimsa: Não magoar em pensamento, palavra ou acção. Isto significa um esforço para minimizar a nossa capacidade de ferir o ambiente exterior, em qualquer circunstância. Contudo, isto não exclui a possibilidade de usarmos a força física para nossa própria segurança e dos outros, se necessário.

    (salve o samurai!)

    2. Satya: Verdade Benevolente. Isto é o uso da mente e palavras para o bem estar geral. O enfâse deve ser dado à verdade que ajuda. Buda disse que a primeira prioridade das palavras deveria ser a sua utilidade aos outros. A segunda prioridade é que elas deveriam ser verdadeiras. E a terceira prioridade é que deveriam ser doces. Então, o espírito deste princípio é promover a maximização do bem estar, através dos nossos pensamentos e palavras.

    (claro que "doces", não quer dizer "meladas"... rsrs)

    3. Asteya: (...) Não retirar aos outros os seus pertences sem o seu consentimento. Também significa não privar outros daquilo que devemos. Por exemplo, pagar menos a um empregado(a) em relação ao que nós julgamos ser o seu merecimento ou entrar num comboio sem pagar bilhete, são acções contra o espírito de asteya.

    (sabe que das poucas vezes que recebi alguma grana por tocar, foi tu me pagou? rsrs)

    4. Brahmacarya: Pensamento Universal. Considerar tudo como uma expressão da Consciência Cósmica. Isto desenvolve a nossa capacidade de amor pelos outros, independentemente da raça, nacionalidade ou grupo étnico, pela promoção do sentimento de que todos nós somos parte da mesma família cósmica. Os benefícios para a sociedade podem ser rapidamente apreciados.

    5. Aparigraha: Modo de vida simples. Não acumular mais do que precisamos para um nível de vida razoável. Isto tem consequências pessoais e sociais. Nós nunca poderemos estar satisfeitos com o que temos enquanto acumulamos coisas desnecessariamente, porque a mente estará sempre distraída pelas posses e processos de acumulação de bens materiais.

    (olha bicho, eu não sou religioso nem nada, só achei interessante com consigo ver muitos desses princípios em você, meu mestre do verso)

    abração!

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