Humildemente, propus-me a estudar seu texto. O resultado tu vai enxergar aí nessas mal traçadas linhas abaixo. Se não gostar, delete-me.
"um rio de dor no tornozelo" (imagem da força dessa dor, pela própria ideia de "rio");
"lago de fogo no calcanhar" (imagem da força dessa mesma dor, agora pela ideia de "lago de fogo");
"e o gol um riacho de morfina." (imagem de alívio dessa dor, pela própria ideia que entendemos de "gol" e é, respectivamente: 1) a sublimação poética no futebol; 2) a paz proporcionada pela ideia de "riacho" que, ao contrário de "rio", é suave e sereno; 3) gol também é a catarse do coletivo com a realização individual, momento único de potencialziação de uma arte evanescente - o futebol - que só pode ser entendida pelo próprio fato de não ser repetitiva - todo gol é diferente!; 4) bem sabemos que morfina anestesia, tranquiliza, alivia a dor física).
Resumindo: - Poeta, tu, aqui cometeu um puta POEMA. Parabéns! Há braços, Escobar Franelas
Nada entendo de poesia. Ontem mesmo, conversando com o Tiago Araújo recebi uma aula sobre as letras e as linguagens, o Escobar então, é uma sumidade, só frequentam esse blog pessoas sabidas, mas, apesar de tudo, vou meter meu humilde bedelho.
Para mim o poema em questão é um belo haikai (não me perguntem quantas letras ou palavras compõem um haikai) de um poeta maduro que conseguiu finalmente encontrar a síntese que perseguiu a vida toda..
Meu nome é Akira Yamasaki e nesse espaço vou contar minhas histórias. Sou um poeta e agitador cultural nascido sob o signo maldito das insatisfações e das aflições inquietantes.
Carrego eternamente nos olhos embotados a dubiedade do meu coração inconstante e fantasmas descontentes arrastam correntes no meu noturno destino. Meu outro signo é a paixão que torna-me fraco, generoso e temente por aqueles por quem sou apaixonado.
Menino cheguei do interior do estado em 1964 na Curuçá - Itaim Paulista e desde então só tive dois endereços, a própria Curuçá e o Jardim das Oliveiras, onde moro desde 1975.
As indagas culturais entraram na minha vida em 1977 devido ao envolvimento com artistas da região de São Miguel e a fundação do Movimento Popular de Arte - o MPA, quando um rangido profundo realinhou as placas geológicas dos oceanos do meu cérebro, o tsunami pegou no tranco e comecei a escrever poesia e teatro como louco e a promover indagas como destino.
Nunca mais parei. Foi no MPA também que conheci Sueli Kimura, magra como um ramo espichado de sakura, japonesa de olhos indaquentos e inteligencia incômoda, beleza oriental de traços suaves e intrigantes. Paixão fatal e casamento.
Humildemente, propus-me a estudar seu texto. O resultado tu vai enxergar aí nessas mal traçadas linhas abaixo. Se não gostar, delete-me.
ResponderExcluir"um rio de dor no tornozelo" (imagem da força dessa dor, pela própria ideia de "rio");
"lago de fogo no calcanhar" (imagem da força dessa mesma dor, agora pela ideia de "lago de fogo");
"e o gol
um riacho de morfina." (imagem de alívio dessa dor, pela própria ideia que entendemos de "gol" e é, respectivamente: 1) a sublimação poética no futebol; 2) a paz proporcionada pela ideia de "riacho" que, ao contrário de "rio", é suave e sereno; 3) gol também é a catarse do coletivo com a realização individual, momento único de potencialziação de uma arte evanescente - o futebol - que só pode ser entendida pelo próprio fato de não ser repetitiva - todo gol é diferente!; 4) bem sabemos que morfina anestesia, tranquiliza, alivia a dor física).
Resumindo: - Poeta, tu, aqui cometeu um puta POEMA. Parabéns!
Há braços,
Escobar Franelas
gota serena
ResponderExcluirgota serena
é o nome dessa gota lá prá nós
é uma dor sacana
faz a nossa calça virar o coz
ela quando vem
parece que vai quebrar o osso
é como corsinete
aperta o intestino grosso
sinto falta agora
da meia idade do torcicolo
das caneladas dos babas
de quando eu era um tolo.
sacha arcanjo
02/08/2010
Nada entendo de poesia. Ontem mesmo, conversando com o Tiago Araújo recebi uma aula sobre as letras e as linguagens, o Escobar então, é uma sumidade, só frequentam esse blog pessoas sabidas, mas, apesar de tudo, vou meter meu humilde bedelho.
ResponderExcluirPara mim o poema em questão é um belo haikai (não me perguntem quantas letras ou palavras compõem um haikai) de um poeta maduro que conseguiu finalmente encontrar a síntese que perseguiu a vida toda..