menino socó
tão menino ainda
e já no principal
o coração do time
um dez de verdade
menino socó
o sonho nas pernas
chuteira emprestada
meiões furados
caindo nas canelas
menino socó
matada no peito
chapéu na pobreza
lançamento exato
o migué na fome
menino socó
terror dos zagueiros
matador de goleiros
imperador e animal
na grande área
menino socó
beques violentos
a vida na dividida
a partida perdida
o homem chorando
menino socó
o samba esperto
na beira do campo
surdos e cavacos
pandeiros e caixas
menino socó
rojões e bandeiras
cantos de guerra
cachaça, cerveja
jogador de futebol
menino socó
churrasco de gato
fumaça de carne
e cigarro ilegal
elástico na miséria
menino socó
pedalada moleque
corpo no espaço
bicicleta no ângulo
corrida pro abraço
menino socó
balas perdidas
corpo fechado
amanhãs parados
na marca da cal.
akira yamasaki.
30/08/2010.
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Pessoal, segue abaixo a escalação do...
ResponderExcluir"Américã Driiim"
"Era essa a escalação do Clube Esportivo Brasil - conhecido popularmente por Brasil de Itaguases - que venceu o campeonato varzeano de 2001: Uélintom no gol; Dêividi, Máquis, Istive e Uálissom na defesa. No meio-campo tínhamos Patríqui, Maiquissuel, Uóxintom e Xarles; no ataque, Pôu e Bóbi.
O banco de reservas era composto por Mixaéu, Jéqui, Ó-Niu, Maicom e Máique. O técnico era o saudoso Frânqui Richardiçom.
À esquerda, na foto, vemos o roupeiro; no canto direito o massagista."
Há braços, Escobar.
03/09/2010.
o baba
ResponderExcluirlá no meu sertão
a pelada é baba
ali se constroi um presente
e o pretérito não se acaba
ferro da jega é o time
o campo é o pereirão
lá na rua do motor
o oposto do baixão
raberuan esteve ali
comeu buxada de bode
nem mesmo um chute deu
cada um faz o que pode
mas driblou e fez o gol
como craque da canção
no palco um superstar
é superiste no chão
jogou com toinhos e ló
zamba, itamá, zé e crente
tudo na dois de julho
na cantoria recente
com sete musas bonitas
versou em volta da mesa
e num pênalti cavado
fez gol louvando a beleza
num dia seguro talvês
ele poeta da bola
como um gato angorá
jogue o baba de sola.
sacha arcanjo (02/09/2010).
Extra-campo
ResponderExcluirPoeta da bola
escrevia nos campos de terra
as epopéias da várzea.
Quando os deuses do futebol
saiam dos olímpicos estádios
querendo apenas brincar
sem o dever do sagrado
Escolhiam os anônimos
para encarnar sua arte, poder e glória.
Socó era um dos mortais escolhidos
para exercer o Belo, o drible,
o mágico momento,
em que o raciocínio do craque
está um segundo à frente
e os seus olhos vêem
o que só poderemos ver
no instante seguinte.
Gilberto Braz
31/08/2010.