sexta-feira, 4 de julho de 2014
dedo mole 23
agora tudo é solidão
de tudo que dói
dentro de mim morto
há muito tempo
todos se foram agora
não sinto mais saudade
de quando tudo era vivo
e eu não tinha esquecido
meu nome e idade
restaram agora do jogo
o jugo das memórias dos rojões
cicatrizadas nas retinas dos olhos
e do fogo dos beijos ardentes
memórias geladas nos lábios
dos abraços da vitória
restaram ainda os gritos
dos ventos esquecidos
nas bandeirinhas verde-amarelas
da decoração do lava a jato
e do mar de sangue e morte
de dor e sofrimentos infinitos
onde morei por eternidades
sem nenhum afeto ou amigo
acordei agora dono de mim
akira – 30/06/2014.
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