Estou com o livro do Akira Yamasaki desde julho... Trouxe
de São Paulo, da minha passagem pela Casa de Farinha e
pela Casa Amarela... Volta e meia ensaiava a leitura... Eu
sabia que não seria fácil... Foi uma leitura regada a lágrimas,
a começar pelo depoimento da Sueli. O livro está lindo: o
formato, as ilustrações, os poemas, os depoimentos e o cd.
Acredito que todo poeta é menino... A brincadeira é a
maneira que a criança encontra de organizar a vida e os
sentimentos – quem é que não viu um filho ou um sobrinho
reproduzindo fatos reais e transformando-os com novas
possibilidades no ato de brincar? – O poeta, ao manejar as
palavras, faz a mesma coisa que a criança quando brinca. E
o menino Akira brinca assim:
verdades
tudo bem, eu menti pra você
menti, menti, admito que sim
mas tem verdades, meu amor
que eu não conto nem pra mim
(Akira Yamasaki)
Acompanha o livro um cd com alguns poemas musicados...
Ele escreveu um poema para Clarice, sua filha, que é uma
canção de ninar:
cantiga para Clarice adormecer em paz
o travesseiro de clarice
é um ursinho de pelúcia
um arco-iris encantado
ele só vive sentado
com seus bracinhos abertos
me querendo sempre perto
num gesto claro de clarícias
no cd esta cantiga é entoada junto com um poema que ele
fez para uma menina que vende doces no sinal:
semáforo
no Itaim paulista
cai a noite gelada
fecha o farol
no cruzamento da marechal
com o viaduto da china
em frente ao Mcdonalds
e casas Bahia
de sandálias havaiana
uma menina atravessa
a cortina fria da garoa
oferece chicletes
e balas de goma coloridas
- dez centavos, tio
do fundo sem fim
dos seus olhos silenciosos
acusa-me uma dor indefesa
e desarmada
Sim, Akira, aquela menina bem que podia ser a tua filha... ou
a minha... uma criança igual às nossas... com a infância
roubada...Ele diz que é um bom poeta ruim... Quando eu
crescer quero ser ruim assim!
Akira, seu feadaputa, eu te amo! E espero ansiosa teu próximo
livro... Um beijo do tamanho do mundo, meu compadre, meu
irmão.
Bianca Velloso.
tudo bem, eu menti pra você
menti, menti, admito que sim
mas tem verdades, meu amor
que eu não conto nem pra mim
(Akira Yamasaki)
Acompanha o livro um cd com alguns poemas musicados...
Ele escreveu um poema para Clarice, sua filha, que é uma
canção de ninar:
cantiga para Clarice adormecer em paz
o travesseiro de clarice
é um ursinho de pelúcia
um arco-iris encantado
ele só vive sentado
com seus bracinhos abertos
me querendo sempre perto
num gesto claro de clarícias
no cd esta cantiga é entoada junto com um poema que ele
fez para uma menina que vende doces no sinal:
semáforo
no Itaim paulista
cai a noite gelada
fecha o farol
no cruzamento da marechal
com o viaduto da china
em frente ao Mcdonalds
e casas Bahia
de sandálias havaiana
uma menina atravessa
a cortina fria da garoa
oferece chicletes
e balas de goma coloridas
- dez centavos, tio
do fundo sem fim
dos seus olhos silenciosos
acusa-me uma dor indefesa
e desarmada
Sim, Akira, aquela menina bem que podia ser a tua filha... ou
a minha... uma criança igual às nossas... com a infância
roubada...Ele diz que é um bom poeta ruim... Quando eu
crescer quero ser ruim assim!
Akira, seu feadaputa, eu te amo! E espero ansiosa teu próximo
livro... Um beijo do tamanho do mundo, meu compadre, meu
irmão.
Bianca Velloso.
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