domingo, 23 de fevereiro de 2014
20º sarau da casa amarela - resenha de escobar franelas
Mais de 100 pessoas. Umas chegaram antes mas foram
embora no meio. Outras chegaram na metade e foram
embora depois do fim. Muitas chegaram depois e saíram
antes. E muitas, muitas outras chegaram antes e foram
embora bem depois. Não importa. Foram 4 horas de
evento no caldeirão da Casa Amarela. Quem resistiu,
comeu as cerejas do bolo. Quem insistiu, também
participou do culto festivo à deusa Poesia, ao seu modo,
do seu jeito, da maneira que achamos que pode ser. Foi
assim o 20º Sarau da Casa Amarela.
Uma tarde de domingo, atípica, a primeira em que Hideko,
mãe de nossa queridíssima Sueli Kimura, era celebrada
como “kami”, como insistiu Akira na abertura. O poeta,
mentor e organizador do “sarau da amarela”, lembrou que
na tradição oriental ela, tornara-se flor, nuvem, sol, lua,
poesia! E nós ali, capitaneados pela poesia lírica, urgente,
pungente Éder Lima, Sacha Arcanjo e do próprio Akira,
rendemos nossos pensamentos à matriarca que tornou-se
estrela nessa semana.
Emocionado, o japa não agüentou o tranco e cedeu o
microfone para que eu e Ligia Regina tomássemos conta
do evento. Desconfio que deram bala pra criança.
Fizemos, né, Lígia? Fizemos, do nosso jeito. Quer dizer,
sem jeito.
O convidado especial dessa 20ª edição do Sarau da Casa
Amarela era o cantor, compositor, enigmático e performático
Ceciro Cordeiro. E foi assim, de forma inusitada, que ele
subiu ao palco acanhado da casa, pequeno para seu
tamanhão, ali cantou e contou histórias, desde lá lonjão,
quando, na década de 1970, começou a cantarolar,
influenciado pelos repentistas e pelo canto das lavadeiras
de seu Pernambuco natal, cismou que queria cantar.
A tarde avançava acelerada, na música lépida de Ceciro,
quando este cedeu seu banquinho para um desfile de
pérolas e outras pedras preciosas. Atendendo ao convite,
vieram Sandra Frietha, Luka Magalhães, Lígia Regina e
Eder Lima, João Caetano, Alexandre Santo, Seh M.
Pereira, Paulinho dhi Andrade, Gilberto Braz, Kita (do
Sarau da Maria), o cordelista Costa Senna (chegando de
shows no Ceará direto pra CA), mais a dupla Brener e
Juliana (e seu trompete).
Da tchurma do Hospício Cultural, chegaram chegando
Bruno Azenha, Lucas Afonso, Rafael Carnevalli, Daniele,
Cabelo, Tiago, Karoline, Pinga, Rodrigo e Felipe.
E teve ainda Manogon, Akira, Romildo de Souza (e seu
violão sempre suingado), Os Kabras de Baquirivú (Ronaldo
Ferro, Joaquim Lima, Xavier, Quinho, Pérola Negra, mais a
participação especial de Beto Rios), Tião Baia (com a
participação especialíssima do Camacho, assinando pela
primeira vez a lista de presença na CA), Gildo Passos
(sempre o epicentro do carisma), acompanhado de Marcel
Acauã, e eu, em algum momento que o som falhou,
embromando nuns poemas dispersos, para entreter a platéia.
Não bastasse a alegria da celebração, o cantor, compositor,
arranjador e produtor Lucas Cabral (parceiro do Xavier em
outros projetos na Casa de Farinha), fez um belíssimo
trabalho de captação de áudio para que o registro vire um
cd, a ser divulgado em breve.
O Sarau também rende loas, palmas e outros xavecos aos
Big Charlie, Carlos
Scalla, Luka Magalhães, Célia Ribeiro, Xavier e tantos outros
que nos eternizam com suas inseparáveis câmeras, que tudo
veem e registram. Também endereçamos beijos, abraços e
afagos à Célia e Clarice Yamasaki, além do grande e
onipresente Henrique Gabriel, autêntico estafe 5 estrelas.
Quer dizer, o ano mal começou e podemos deduzir que os
primeiros gols já foram feitos. E, em ano de copa do mundo,
vamos lutar para que a poesia, a arte, ganhem de goleada.
Invictas. (Escobar Franelas)
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Poxa vida Akira !!!
ResponderExcluirComo é legal ler estes artigos e ver meus amigos de infância, que já eram "músicos mirins" estarem bem aqui neste conceituado espaço.
Mais um que fico feliz em "ver" : Ceciro Cordeiro.
Todos meus bons amigos de infância, hoje são também bons músicos, por uma única razão: Bons músicos, são bons amigos porque possuem bons corações.
Valeu Akira !!!!
Vou me deliciar mais e mais com estes artigos tão agregadores, relevantes, e que estão me fazendo muito feliz.