Não tem pra ninguém.
O projeto "Bentevi, Itaim", que tem como foco arrecadar fundos
para lançamento do livro e cd do Akira Yamasaki ao mesmo tempo que rememora a
importância cultural e artística de Raberuan (recentemente partido para as
estrelas), torna-se mais vibrante a cada nova edição.
Sábado último, dia 28, o palco da Casa de Farinha, em São Miguel, foi
tomado de assalto pela poesia de Gilberto Braz, Santiago Dias e Guiberto
Genestra, pela musicalidade solar de Zulu de Arrebatá e pela apoteótica
participação da banda Semente Africana, que tem como líder o músico e vocalista
Fábio Lima.
Gilberto Braz e eu iniciamos a celebração à deusa Poesia para, a seguir,
ceder lugar ao mestre da malemolência, o príncipe-mór dos suingueiros de São
Miguel, Zulu de Arrebatá. Com o timbre e a batida que lhe são peculiares, Zulu
destilou simpatia, cantou a capella e instaurou o clube do balanço para
a plateia. Depois, cedeu lugar para seus convidados, os poetas Guiberto
Genestra e Santiago Dias. O primeiro entregou uma bandeja de poesia refinada em
poções cristalizadas para os ouvidos, ao passo que o segundo desfilou rosários
de poemas, dele e de outros, todos curtidos no fogo brando da paixão severa
pela vida e pelas pessoas.
Akira subiu logo após, com a competência de sempre e convocou o Semente
Africana para tomar conta do espaço. A partir daí, mermão, não sobrou pó no
chão que não fosse arredado pelos pés dos dançantes. A música do grupo (Fábio
Lima no vocal, violão e cavaquinho; Valter Pasasrinho, na percussão e vocais;
Edson Oliveira no baixo e Duzão na percussão), navega no reggae, dub e outras
sonoridades e é carregada de lirismo, melodia e ritmo. Isso dito, explica sua
sensualidade sutil, a vontade de dançar sossegado, em paz com o corpo e com a
vida. Há que se registrar que ali, àquela hora, ali, todos os deuses da
malemolência pareciam ter descido à terra para juntar-se à turba festiva que,
quanto mais a banda tocava e cantava, mais dançava, todos num frenesi
hipnótico. Para completar o climão criado, no fim convidaram Sacha Arcanjo,
Zulu e Ceciro Cordeiro para adentrarem o palco para um ritual pagão de
celebração da música e da vida. Foram ovacionados.
O show terminou lá pela meia-noite? E daí, se até agora estou com a
música na cabeça e o corpo pedindo mais?
E que venham o penúltimo encontro (agendado para 11 de agosto, que
nos promete Ceciro Cordeiro, Adilson Aragão e Marcel Acauam; e o último, em 18
de agosto: lançamento do livro "Bentevi, Itaim", que trará um cd
encartado com poemas do Akira musicados por Sílvio de Araújo. Este gran
finale será orquestrado pelo próprio Sílvio, e mais Osnofa, Vinícius Casé e
Ravi Landim.
Escobar Franelas.
Seja sempre bem-vindo, "ladrão"!
ResponderExcluirVolte sempre, "seu ladrão"!
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