sábado, 20 de fevereiro de 2010

Bom poeta ruim

tanto afirmam e repetem
que eu sou um poeta
que até quase acredito
que sou um poeta sim

meus versos na verdade
se muito dão pro gasto
e escondem uma certeza
sou um bom poeta ruim

nem todos têm a sorte
de nascer gilberto braz
sacha então nem de longe
ceciro respeito demais

pedra preciosa, o verso
de cléston teixeira reluz
cláudio gomes é estrela
águia guia que me conduz

nem todos são edvaldo
raberuan não deixa dúvidas
severino do ramo é maior
maiores são minhas dívidas

todos são poetas maiores
se muito sou assim, assim
mas só meus versos clareiam
a severa escuridão de mim.

akira.

emeioprákirá

meu caro,
já faz tempo que admiro sua lata cheia
de mimos pro mundo.
star existe para brilhar sempre.

mas quando o poeta se diz ruim,
meio assim..assim...
pode ser metáfora da sua lata sem fundo
vejo em seus olhos que vê o brilhus do tudo,
hum em todas voltas da kundalini,
coração ardente na rodação do centro
do peito, tálamo,mapadamão
e do céu da boca
donde o verso & o inverso inflama e flui
ampliando o comparsa ouvinte & vivente

criando entrelinhas de raios, lustrando o ser

um poeta assim ... meio ruim?
um poeta assim ! sem fim !
meio bom ?
um poeta sim, orientando a palavra
um poetator transorando as vocálicas!

humpoetaohm.


cláudio gomes
(no meio da primeira sexta da sexta lua crescente do cinquentenário)

Sabe o que parece, e é o que me deixa feliz?
Parece que todos esses nomes
São na verdade heterônimos
Desse poeta um
E ser pedra
De um
É ser feliz como uma pedra na mais alta montanha.

Abraços, Cleston.

e eu Akira?
Que eu tô fazendo aqui, se nem versos eu pratico, nem alma, nem corpo presentifico, só sigo, sigo e não sirvo...
Parabéns, puta texto do caralho!!! Queria eu ter as pernas menos quebradas pra escrever a altura, mas eu faço fisioterapia, pódexá!!!

abraços do Tiago.

Caro Akira,
seus versos dão vontade de conhecer mais e mais a sua poesia. Ela flui porque tem ritmo. Tem também melodiosidade: no caso desse seu poema, ora pelas rimas, ora pelas assonâncias, e também pela sonoridade interna. Você, enquanto poeta, não precisa explicar o que faz; faz e ponto. Explico eu, que não sei fazê-la; sei apenas saboreá-la. Mas, como profissional do ensino da leitura, sua poesia me induz a busca dos porquês desse efeito fascinante que entrelaça de maneira brilhante forma e conteúdo.
Também faz parte da boa tradição poética cantar os poetas contemporâneos a quem se admira: Drummond, Cabral, Bandeira fizeram isso.

Abraço,
Jobi.

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